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FORA DA PRISÃO
Gegê, que ficou 51 dias preso, afirma que vai processar o Estado
Justiça autoriza líder sem-teto a responder processo em liberdade
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 51 dias preso, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, um dos
principais líderes do movimento dos sem-teto da cidade de São
Paulo, conseguiu habeas corpus
e deixou ontem à tarde a prisão.
Ao ser recebido pelo seu irmão, o cantor Chico César, por
familiares e por políticos do PT,
disse ter dois planos: escrever
um livro sobre sua experiência
na prisão e processar o Estado.
Gegê foi encarcerado no dia 5
de abril, após a decretação de
sua prisão preventiva. Ele havia
sido denunciado pelo Ministério Público como suposto mentor de um assassinato ocorrido
em agosto de 2002 em um
acampamento de sem-teto no
Ipiranga (zona sul de SP).
Três testemunhas acusaram
Gegê. Disseram que teriam visto
os assassinos, logo após o crime,
entrarem em seu carro.
Gegê, que havia organizado o
acampamento, voltou a negar
participação no crime. "Foi uma
prisão política. Temos que descobrir quem quis calar o nosso
movimento", afirmou.
O habeas corpus, que havia sido negado anteriormente de
forma provisória, foi concedido
ontem de forma definitiva pela
3ª Câmara do Tribunal de Justiça. Agora, ele vai responder ao
processo em liberdade.
Com lágrimas no rosto, o líder
dos sem-teto afirmou que passou por uma "experiência rica e
triste" na cadeia. "Foi a prova da
falência do Estado."
Para o deputado federal Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT), que
defende Gegê, a libertação é um
passo importante para a descriminalização dos movimentos
sociais no país. "Sua prisão preventiva não tinha fundamentação. Lembrei-me dos presos políticos do regime militar."
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