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Laudos do caso Isabella são falhos, diz perito dos Nardoni
George Sanguinetti, legista contratado pela defesa, descarta esganadura na menina
Advogados de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá pretendem pedir anulação do processo; IML e IC não comentaram as críticas
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os especialistas contratados
pela defesa do casal Nardoni
contestaram ontem os laudos
sobre a cena do crime e a causa
da morte de Isabella Nardoni,
5. Em entrevista em São Paulo,
o médico George Sanguinetti e
a perita aposentada Delma Gama chamaram os laudos dos
institutos da Polícia Técnico-Científica de "medíocres".
Alexandre Nardoni, 29, pai
de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, 24, madrasta, estão presos sob a acusação de assassinar a menina. Eles negam. O
IML (Instituto Médico Legal)
fez o laudo sobre a causa da
morte e o IC (Instituto de Criminalística), da cena do crime.
Os advogados do casal pretendem pedir a anulação do
processo criminal, utilizando
os pareceres para descaracterizar a denúncia da Promotoria.
Amanhã, o pai e a madrasta de
Isabella serão ouvidos pelo juiz
Maurício Fossen. Será o início
da ação penal contra os dois.
"O laudo é inservível, não está correto. Esse trabalho que
está aqui é nulo de direito, porque não tem valor probante. É
medíocre", disse Sanguinetti.
Embora não tenha apresentado seu parecer sobre os laudos, que afirma estar em fase de
finalização, o especialista discorda da afirmação do IML de
que Isabella morreu em decorrência de asfixia mecânica e politraumatismo. "Não há asfixia
mecânica por esganadura sem
marcas externas", disse.
De acordo com ele, as marcas
no pescoço da vítima foram
causadas pela queda, e não por
tentativa de asfixia, como sugere o laudo do IC. O instituto
afirma que Anna Carolina tentou esganar a enteada e que
Alexandre jogou a menina por
um buraco na tela de proteção
da janela do quarto, no sexto
andar, em 29 de março.
Para Sanguinetti, que ganhou notoriedade ao contestar
o laudo sobre a morte do empresário PC Farias, o que matou Isabella foi o politraumatismo após a queda, principalmente o craniano. Ele discorda
do IC, que diz que as fraturas no
pulso e bacia da vítima foram
feitas no apartamento. "Não
houve agressão no imóvel."
Segundo Delma Gama, que
analisou o exame sobre a cena
do crime, Isabella não foi jogada da janela pelos pulsos, como
afirma o laudo do IC, mas sim
de cabeça para baixo. Ela trabalha com a hipótese de um terceiro suspeito. "Um um ladrão
pode ter cortado a tela com a
intenção de passar algum objeto do imóvel pelo buraco e visto
a menina", disse. Ela reforça a
versão da defesa, segundo a
qual um ladrão atirou Isabella.
Para o advogado Marco Polo
Levorin, "as informações que
eles trouxeram são fortes".
Um grupo de cerca de 30 pessoas fez uma manifestação na
frente do prédio onde foi dada a
entrevista, pedindo "justiça".
A Secretaria da Segurança
Pública não quis se pronunciar.
As opiniões dos especialistas
são "descabidas", diz o promotor Francisco Cembranelli, que
denunciou o casal à Justiça.
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