São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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"Pegadinha" deixa morador trancado em casa no interior

Em Cravinhos, portões de residências e lojas amanhecem trancados com cadeados, sem a chave; polícia investiga

Desde o início do mês, ao menos 8 oito casos ocorreram na cidade, que tem pouco mais de 30 mil habitantes


Silva Junior/Folhapress
A moradora Lourdes Amoroso mostra o cadeado que cortou para sair de casa em Cravinhos

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Moradores de Cravinhos (292 km de São Paulo) estão sendo confinados em suas próprias casas. Quando amanhece, portões externos de imóveis aparecem trancados com cadeados que ninguém sabe de onde vieram.
Enquanto a polícia não acha o suspeito, os moradores especulam. "Para mim, isso é coisa de jovens que andam em grupo e fazem arruaça", diz a aposentada Maria Luiza Battiston, 86.
"Acho que é gente que passa de moto porque sempre escuto barulho do motor de noite", diz o radialista Gustavo Amoroso, 27.
Desde o início do mês foram ao menos oito casos -dois ontem- em casas e lojas da cidade, que tem pouco mais de 30 mil habitantes.
De acordo com o delegado Renato Souza Costa, só um boletim de ocorrência foi registrado, mas ele confirma que há mais casos na cidade.
Sem as chaves, os cadeados atrapalham a manhã dos moradores, pois alguns ficam impedidos de sair de suas casas, ou de entrar nos locais de trabalho.
Há duas semanas, o cabeleireiro Claudinei Cabral, 44, não conseguia sair de casa, onde mora e trabalha. Teve de pular a janela. "É coisa de desocupado", diz.
Os casos ocorreram no entorno da praça João Nogueira, no centro de Cravinhos. Começou com o radialista Amoroso, responsável por um serviço de alto-falantes. Na manhã do dia 4 de maio, ele não conseguiu entrar na central de transmissão. "Cheguei [para trabalhar] e a porta estava trancada", diz.
A polícia investiga quem é o autor das "brincadeiras". De acordo com o delegado Costa, o caso se enquadra no enunciado do artigo 42 da Lei de Contravenção Penal, por perturbação de sossego. A punição é de 15 dias a três meses de detenção.

SUSPEITAS
Segundo Costa, a polícia militar está fazendo rondas no entorno da praça.
Investigadores estão entrando em contato com as lojas para saber quem, nos últimos dias, adquiriu mais do que dois cadeados.
Além disso, a polícia conta com o depoimento de uma testemunha, que descreveu as características de um homem que estava próximo às casas no dia em que um dos imóveis apareceu trancado.


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