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CNBB desaprova a revisão da lei
DA REPORTAGEM LOCAL
A CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil) condena a
revisão da lei do aborto e afirma
que sua posição é de "pleno respeito à dignidade e à vida do ser
humano, não importando o estágio de seu desenvolvimento ou a
condição em que ele se encontra".
Ou seja, o aborto é condenado em
qualquer circunstância.
Ontem, o secretário-geral da
CNBB, d. Odilo Pedro Scherer, foi
procurado, mas, segundo a sua
assessoria, estava viajando e não
poderia se pronunciar sobre o assunto. A assessoria informou que
prevalecia a posição da entidade,
que consta no seu site oficial.
Durante os trabalhos da comissão, Scherer chegou a dizer que
considerava tendencioso pensar
apenas na mulher no debate da
descriminalização do aborto.
"Ninguém quer a punição, mas
olha o outro lado: as clínicas de
aborto, todo o negócio em cima."
Segundo d. Amaury Castanho,
bispo de Jundiaí (SP), a CNBB defende "a cultura da vida e não a da
morte". "Propor a descriminalização do aborto é uma atitude lamentável e de incentivo à cultura
da morte", afirmou ele.
Na sua avaliação, com a mudança de gestão no Ministério da Saúde -saída de Humberto Costa e
entrada de Saraiva Felipe-, dificilmente será dado encaminhamento ao projeto de descriminalização do aborto. "Esperamos que
ele avalie os resultados dessa comissão de forma criteriosa e não
ceda às pressões das feministas."
Ao assumir a pasta, Saraiva Felipe, 53, suspendeu várias portarias
editadas por Costa, entre elas
aquela que permitia que o aborto
legal fosse feito sem apresentação
do boletim de ocorrência.
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, d. Antonio Augusto Dias
Duarte, tem posição semelhante.
Médico e com especialização em
pediatria, ele afirma ser "duplamente" contra o aborto e a sua
descriminalização. "Não importa
se é uma semana de gestação ou
se são 12 ou 20 semanas. A vida é
inviolável desde a concepção",
afirmou, referindo-se ao prazo de
12 semanas previstos na proposta
de anteprojeto de descriminalização do aborto.
(CC)
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