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ADMINISTRAÇÃO
Governo Serra tenta anular contrato do lixo
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo elaborou um parecer jurídico para
contestar a legalidade dos contratos de concessão da coleta de lixo
na cidade. O objetivo do governo
de José Serra (PSDB), segundo o
secretário Luiz Antônio Guimarães Marrey (Negócios Jurídicos),
é tentar anular os contratos.
No documento, a secretaria
afirma que, em um processo de
concessão comum -como nas
rodovias, com a cobrança de pedágios-, a concessionária deve
cobrar diretamente do usuário.
No caso do lixo, quem paga o
consórcio é a prefeitura. "Esse é
um contrato de prestação de serviços disfarçado de concessão",
diz Marrey. Ele sustenta ainda
que um contrato de serviço só pode ter até cinco anos.
Assinados em outubro de 2004,
os contratos têm duração de 20
anos e valor de R$ 9,8 bilhões.
O parecer foi encaminhado às
duas concessionárias, Loga (Logística Ambiental de São Paulo) e
EcoUrbis Ambiental. Elas ainda
não se manifestaram.
Só após uma eventual contestação por parte das concessionárias
é que a prefeitura decidirá se os
contratos serão mantidos ou não.
"Desde o início do governo, a
administração tem interesse de
contestar juridicamente a concessão", afirma Marrey.
De acordo com o diretor técnico
da Limpurb (Departamento de
Limpeza Urbana) na gestão Marta Suplicy (PT), Fábio Pierdomenico, "a coleta não é serviço de
concessão clássica. O poder público se reveste de usuário, paga uma
tarifa à concessionária e recebe a
taxa dos usuários. Esse é o único
meio de fazer o serviço".
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