São Paulo, Terça-feira, 27 de Julho de 1999
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INFÂNCIA
SUS tem apenas 21 leitos neonatais e 35 infantis em BH
Gêmeas prematuras correm risco de vida por falta de CTI

FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em BH

Duas gêmeas que nasceram prematuras de 7 meses correm risco de vida em um hospital de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, porque o SUS não dispõe de vagas em CTIs neonatais para interná-las.
As gêmeas nasceram há oito dias, com um quilo e meio cada uma, estão com insuficiência respiratória e aguardam vaga no CTI (Centro de Terapia Intensiva) internadas no berçário do hospital Santa Helena.
Segundo informações do pediatra Ramon Oliveira, desde o dia 19, o Santa Helena faz contatos diários com a Central de Leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) em busca de vaga, mas a resposta é sempre que todos estão lotados.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, seis bebês aguardam vaga em CTIs neonatais e uma criança, em CTI infantil.
"Desde que elas nasceram, a gente não dorme e não come. Tá difícil", disse Marcos de Freitas, pai das meninas. Ele e a mulher, Taitane Naum, vivem em um barraco na periferia da capital mineira e não têm dinheiro nem para comprar o berço para as meninas.
A capital mineira vive hoje uma carência de CTI neonatal e infantil. São apenas 21 neonatais e 35 infantis credenciados ao SUS.
Apesar de a Justiça ter determinado que a prefeitura deixasse disponíveis novas vagas, o problema continua sem solução.
Na sexta-feira, Amanda Souza morreu depois de esperar por mais de 30 horas por uma vaga. Ela também era prematura e precisava de um respirador artificial. Amanda morreu três horas depois da internação no CTI.


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