São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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VIOLÊNCIA
Ex-marido e ex-namorado são investigados

DA REPORTAGEM LOCAL

O segurança da boate Serra's Drink, Aparecido Rodrigues, ouviu um som estranho na rua em que trabalha. "Parecia uma criança chorando", conta. Na manhã seguinte, num terreno na serra da Cantareira, em Mairiporã, cidade colada a São Paulo, descobriu-se que o segurança não teve uma alucinação auditiva: estava lá o corpo de Rosiane Alves Galdino, 22. Fora enforcada, como denunciavam as marcas que tinha no pescoço.
O corpo foi encontrado no dia 9 de outubro do ano passado e até agora o caso está sem solução.
Tudo indica que foi um crime passional, segundo o delegado Avelino Jorge da Costa Júnior, do departamento de homicídios. "O assassino abaixou a camiseta da Rosiane para o corpo dela não ficar à mostra. É sinal de respeito pelo cadáver. É uma cena típica de crime passional", diz.
O ex-marido de Rosiane e um ex-namorado encabeçam a lista de suspeitos da polícia.
Ambos deixaram mensagens ameaçadoras no "pager" de Rosiane. "Você vai se ferrar na minha mão", teria avisado o ex-namorado. O recado supostamente enviado pelo ex-marido era ainda mais assustador: "O seu dia está chegando."

O ex-marido
Rosiane casou com C.A. quando ela tinha 14 anos e ele, 16. Estava grávida. Logo descobriram que havia uma incompatibilidade de gênios entre o casal. Rosiane queria "aproveitar a vida, sair com amigos", como conta uma amiga, enquanto o marido era caseiro.
Separaram-se após um ano e meio. A mãe de Rosiane, Maria Rosa de Sena Alves, conta que C.A. ficou "furioso" quando a Justiça decidiu que o filho ficaria com a ex-mulher.
"O ex-marido perdeu a mulher, de quem gostava muito, perdeu o filho e perdeu o apartamento onde viviam, mas tem um alibi", diz o delegado. Foi visto por amigos no horário do crime.

O ex-namorado
O maior indício de que o ex-namorado de Rosiane, D.M., continuava obcecado por ela após a separação está num "pager". Num só dia, ele deixou 17 mensagens para ela. Houve outra ameaça velada: D.M. contou à ex-namorada que voltara a andar armado.
Rosiane estava desesperada com o cerco que estava sofrendo do ex-namorado porque ele tinha material para chantageá-la. Eram fotos que Rosiane fizera em Camburi, no litoral norte de São Paulo, nas quais aparecia nua.
O ex-namorado usava as fotos para forçar Rosiane a ficar com ele. Ela temia que D.M. entregasse as imagens de nudismo ao ex-marido e, com isso, este conseguisse ficar com o filho.
Os policiais supunham que D.M. poderia ter matado Rosiane numa briga por causa dessas fotos. A hipótese não prosperou: D.M. passou a noite em que Rosiane foi morta com cinco amigos. "Estamos num beco sem saída", diz o delegado. (MCC)




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