São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002 |
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RIO Considerado homem de confiança de Elias Maluco, Ratinho foi detido em casa Preso acusado de matar Tim Lopes
FERNANDA DA ESCÓSSIA DA SUCURSAL DO RIO Em meio a denúncias de corrupção envolvendo policiais militares e traficantes do Rio, a Polícia Militar prendeu ontem o traficante Ratinho, apontado como um dos principais envolvidos na morte do jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, e um dos homens de confiança do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco. Ratinho identificou-se como Cláudio Orlando do Nascimento. Segundo a polícia, ele usa pelo menos mais dez identidades, entre elas, Renato Souza de Paula, que seria seu verdadeiro nome, e Anderson Martins de Carvalho. O traficante foi preso às 11h30, com duas mulheres, quando assistia a um filme pornô em sua casa, na favela da Grota, no complexo do Alemão (zona norte), onde Lopes foi morto no dia 2 de junho. De acordo com as investigações policiais, Ratinho participou diretamente da morte de Lopes: ajudou na captura do jornalista, na favela da Vila Cruzeiro, levou-o até a favela da Pedra do Sapo, torturou-o e ajudou a matá-lo. Dos nove denunciados pelo assassinato, cinco estão presos, mas Ratinho é o primeiro dos quatro traficantes que participaram diretamente do crime a ser capturado. Elias Maluco continua solto. Boizinho e André Capeta morreram. O primeiro foi morto numa ação policial. Capeta teria se matado, de acordo com a polícia. O 20º BPM, em Mesquita (cidade na Baixada Fluminense), investigava havia um mês as atividades de Ratinho na região. Ontem, o batalhão descobriu o horário em que o traficante estava em casa, na Grota. Em operação conjunta com o 16º BPM, 40 PMs cercaram o complexo do Alemão e localizaram a casa do traficante. Não houve reação. O comandante-geral da PM, Francisco Braz, dava entrevista à Folha sobre as acusações de corrupção contra policiais quando, por telefone, soube da prisão. Deu um grito de comemoração. "É a resposta da PM para o arreglo. Há uma acusação de que a Polícia Militar está fazendo arreglo [acerto" com traficantes, não tem arreglo", afirmou Braz. Braz considerou "exemplar" a ação policial na prisão de Ratinho, por ter priorizado o trabalho de inteligência. O advogado Paulo Cuzzuol disse que o cliente não participou da morte de Lopes. Ratinho foi levado para o 16º BPM e depois para a 22ª DP, onde prestou depoimento. Ele ficará no presídio de Bangu 1. Texto Anterior: Caso Tainá: Advogado baleado reconhece suspeito como autor dos disparos Próximo Texto: Traficante apareceu em reportagem Índice |
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