São Paulo, quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Arrastão na Lapa termina com três suspeitos mortos

Ação em condomínio de SP fez 30 reféns; houve ao menos outros 25 crimes do tipo na capital neste ano

PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um novo arrastão, desta vez na Lapa (zona oeste de SP), ocorreu em um prédio residencial anteontem. Três suspeitos morreram e outros seis foram presos. O porteiro ficou ferido.
Houve ao menos outros 32 arrastões no Estado neste ano (até 6 de agosto), dos quais 25 na capital, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Apenas sete foram solucionados.
No mais recente caso, cerca de 30 pessoas foram feitas reféns por um grupo de ao menos nove integrantes, disse o tenente Rafael Telhada. A delegada-titular do 7º DP, Nair de Castro Andrade, diz que 15 pessoas prestaram depoimento e recuperaram objetos. O grupo entrou em dez apartamentos, roubando laptop, canetas, óculos, dinheiro, joias e celulares.
A ação começou por volta das 20h. De acordo com a Polícia Civil, o grupo rendeu o porteiro e, com um controle do portão do estacionamento, que já estava com eles, entrou na garagem.
A Polícia Civil investiga se um Uno Mille foi usado para entrar no prédio. Segundo moradores, no estacionamento, uma dupla -com uma metralhadora caseira e um revólver- fazia refém quem entrava.
Todos eram levados para a escada de emergência. No local, objetos pessoais eram roubados e as chaves dos apartamentos eram pedidas.
A PM chegou por volta das 21h, depois que uma moradora olhou a ação dos bandidos pelo olho-mágico e ligou para o 190.
Segundo a PM, ao notar os policiais, o trio que estava com os moradores ameaçou matá-los, mas, largando as armas, abraçou moradores para se passar por vítima. Denunciados, eles foram presos.
Um criminoso foi morto na área de lazer do prédio e os outros dois no telhado de casas vizinhas, segundo a PM. O porteiro, único ferido, levou coronhadas ao ser questionado se ali moravam "um deputado e um comerciante japonês". Nenhum morador tinha essas características, diz a polícia.
Segundo a delegada, serão investigados se o grupo participou de outros arrastões e indícios de que um funcionário deu informações ao grupo. Segundo a secretaria, 63% dos arrastões em condomínios ocorrem entre as 18h e as 0h.


Texto Anterior: Análise: Os dilemas da atividade policial
Próximo Texto: Milícia: Três são presos com carro usado em assassinatos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.