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EUA anulam pena
de prisão perpétua
para 2 brasileiros
Condenados pelo sequestro de brasileira e do filho dela, eles terão direito a novo júri
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
A Corte de Apelação da Califórnia (EUA) anulou uma
sentença que condenava à
prisão perpétua os brasileiros Alaor do Carmo Oliveira
Júnior e Reynaldo Eid Júnior.
Eles foram condenados
em março de 2009 pelo sequestro e cárcere privado de
uma brasileira e de seu filho.
Os dois terão novo julgamento. Segundo a acusação,
eles pediram resgate de US$
14 mil ao marido da mulher.
A corte entendeu que houve falhas por parte da juíza
do caso ao instruir os jurados
sobre o processo. Se não houver recurso da Promotoria, o
novo júri deve ser em 60 dias.
A cabeleireira Mary Souza
Oliveira, 50, mulher de
Alaor, disse que soube da decisão pelo ex-cônsul-geral-adjunto brasileiro em Los
Angeles, Júlio Victor do Espírito Santo, que acompanhou
o caso e atua hoje na Suíça.
A defesa argumenta que os
brasileiros foram vítimas de
uma armadilha. A mulher teria forjado o sequestro para
ter direito a um "green card"
-a legislação californiana
permite que vítimas de crimes graves ganhem o direito
de morar nos EUA.
Alaor trabalhava na época
como carpinteiro, mas, para
ganhar um dinheiro extra, fazia bico como motorista da
empresa de transporte de
Reynaldo Eid Júnior.
Pelo relato da cabeleireira,
o marido da "sequestrada",
Jeferson Ribeiro, pediu ao
serviço de transporte que
buscasse sua mulher e o filho, que haviam acabado de
entrar ilegalmente nos Estado Unidos pelo México. Mary
nega ter havido sequestro.
A família não vê Alaor desde 2000, quando ele foi para
os EUA trabalhar como carpinteiro para pagar a faculdade dos filhos. O carpinteiro
foi preso em novembro de
2005, um mês antes de voltar
ao Brasil para visitar a família, conhecer o neto e assistir
ao casamento de um filho.
"Está todo mundo muito
feliz. É a primeira notícia boa
em cinco anos. É uma vitória
muito grande, porque revisão de prisão perpétua é raríssima. Ele estava quase que
como no corredor da morte",
afirma a cabeleireira.
Desde a prisão de Alaor,
Mary nunca mais ouviu a voz
do marido. Eles só se comunicam por meio de cartas.
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