São Paulo, quinta, 27 de agosto de 1998

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Laboratórios alegam defasagem de preços

CARLA CONTE
da Reportagem Local

Os laboratórios afirmam que o aumento dos remédios foi determinado por causa da defasagem de preços. O laboratório Cibran, que fabrica o Cinageron, afirma que o preço estava defasado, principalmente em decorrência da determinação do governo, que impedia alteração dos preços de medicamentos até 1994.
Mesmo após liberação dos preços, a empresa alega que não reajustou automaticamente o preço, o que foi feito só no ano passado, diz o diretor comercial da Cibran, Gilberto Galliza.
Ele também disse que o preço de alguns remédios chega a sofrer reajuste em decorrência da redução de outros medicamentos que participam de licitação feita pelo governo. "Baixamos o preço para o governo, que fornece remédio para quem não pode pagar, e cobramos um pouco mais daqueles que podem pagar mais", diz.
De acordo com a assessoria de imprensa da Roche, o laboratório também afirma que o reajuste do Rivotril corresponde a recomposição do preço referente ao período em os preços ficaram inalterados por determinação do governo.
A empresa também afirmou que esse remédio é três vezes mais barato que o líder de mercado. O Rivotril atende cerca de 10% do mercado consumidor desse tipo de medicação.
O gerente financeiro da Farmasa, Daniel Rodrigues, afirma que o preço do Atens e Exit também estavam defasados. "Nós fazemos reajustes localizados, de tempos em tempos."
O gerente também afirma que outras apresentações do Atens não sofreram reajuste no último ano. Segundo Rodrigues, o Atens 20 mg/30 envelopes, que sofreu reajuste, é o que vende menos da linha desse remédio. Há, pelo menos, outras três apresentações.
Em nota, a Asta Médica também afirmou que a defasagem de preço, acumulada em anos anteriores, gerou o aumento do remédio. Segundo o laboratório, esses medicamentes apresentavam rentabilidade negativa para a empresa.
Segundo a diretoria operacional do laboratório Novaquímica, fabricante do Diazepan e Sonebon, esses remédios tiveram reajuste por causa do investimento feito no departamento de propaganda e no setor de produção desses remédios. Segundo o laboratório, a Novaquímica também segue o preço dos principais concorrentes.
Os representantes da Pharmacia & UPJ e Enila não foram localizados ontem pela Folha.



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