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REMÉDIOS
Proposta do governo exige que comércio tenha profissional por apenas 8 horas
Projeto reduz permanência de farmacêutico em farmácia
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O secretário nacional da Vigilância Sanitária, Gonzalo Vecina Neto, propôs ontem que, provisoriamente, seja diminuído o tempo
obrigatório de presença do farmacêutico nas farmácias.
Pela legislação em vigor, as farmácias são obrigadas a ter um farmacêutico no local durante todo o
período em que estejam abertas ao
público. Pela proposta de Vecina,
essa obrigatoriedade seria reduzida a oito horas por dia.
"A lei é muito boa, mas não é
cumprida. Estamos tentando chegar a um acordo de transição civilizado para que tenhamos condições de cumprir integralmente a
lei no futuro", afirmou. O secretário citou dados do CFF (Conselho Federal de Farmácia) segundo
os quais existiriam hoje 50 mil farmacêuticos e 50 mil farmácias.
"Com esse número, é impossível ter um farmacêutico em cada
farmácia. Esses profissionais não
são formados para trabalhar só
nesses estabelecimentos, há farmacêuticos em hospitais, em laboratórios", disse Vecina.
A presença de um farmacêutico,
mesmo durante oito horas por
dia, segundo o secretário, já ajudaria a melhorar a qualidade do
funcionamento da assistência farmacêutica e diminuiria a circulação de medicamentos falsificados.
Outro dado mostra que 7.000
farmacêuticos se formam por ano
no país. "Com isso, em dois ou
três anos, teríamos condições de
cumprir integralmente a lei."
De acordo com o secretário, a
idéia de diminuir o tempo obrigatório para a presença do farmacêutico partiu da ABCFarma (Associação Brasileira de Comércio
Farmacêutico). Pela proposta original, a obrigatoriedade seria reduzida a apenas quatro horas.
"Isso é inaceitável. Nós estamos
querendo pelo menos oito horas,
mas vamos discutir o assunto com
as entidades e consultar a assessoria jurídica para ver se podemos
fechar um acordo", disse Vecina.
Depois de fechado o acordo, caberia a cada Estado estabelecer sua
legislação sobre o assunto. Os Estados poderiam aumentar o tempo obrigatório da presença do farmacêutico, mas nunca diminuir.
O secretário afirmou que serão
anunciadas em breve as mudanças
nas embalagens de medicamentos
para coibir a falsificação.
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