da Redação

O Ministério da Saúde determina que todos os produtos com pigmentos -como é o caso das tinturas de cabelo- tenham recomendação de não serem usados por mulheres grávidas. A portaria 71, editada em 4 de junho de 1996, trata do assunto.
A maioria das indústrias coloca essa recomendação na bula da tintura, que traz também as instruções de como aplicar o produto.
O farmacêutico Francisco Caravante Júnior, 29, diz que a recomendação não significa proibição.
"Como a tinta contém solvente químico, que é um agente agressor, recomenda-se à gestante que não o utilize, para não correr riscos de intoxicação", diz ele.
Caravante, que é conselheiro do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, diz que a recomendação é dada principalmente no primeiro trimestre da gravidez, quando o feto está em formação.
"É um período de maior risco ao desenvolvimento da criança. Mas não significa que haverá uma intoxicação. Nós recomendamos que seja evitado o uso para que a gestante não corra nenhum risco de intoxicação", diz.
Para ele, todo agente químico deve ter seu uso restringido durante a gestação.
No caso específico das tinturas de cabelo, Caravante diz que a intoxicação pode ocorrer principalmente pela inalação.

Empresa
A consultora química da indústria de cosméticos Niasi, Solange Garcia, 37, diz que a empresa coloca nas bulas de todas as suas tinturas a recomendação para que gestantes não as utilizem.
"Tanto as mulheres grávidas quanto as que estão amamentando têm alterações hormonais que as tornam mais sensíveis", diz.
De acordo com Solange, em contato com as substâncias da tintura, as gestantes, que já estão mais sensíveis, podem ter reações alérgicas com mais facilidade.
"E, como quando a mulher está grávida ela não pode tomar remédios antialérgicos, ela acaba não podendo tratar essa reação que pode ocorrer", diz.
A sensibilidade devido a fatores hormonais é também o motivo que faz as indústrias não recomendarem o uso da tintura por quem está amamentando.



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