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Proteína corta fornecimento de
sangue e mata tumor de fome
e da Sucursal do Rio
Um novo estudo conseguiu
identificar peptídeos (partículas
de proteínas) rastreadores dos vasos sanguíneos que alimentam os
tumores. Ligados a remédios, eles
conseguem "desconectar" os vasos dos tumores malignos e matá-los de fome.
A pesquisa foi realizada em ratos.
Os camundongos que tomaram o
novo composto viveram até o fim
do estudo (seis meses).
Já os animais que não foram tratados ou os que tomaram apenas o
remédio (sem o peptídeo acoplado) morreram alguns dias após o
início do tratamento.
O estudo foi realizado pelo Instituto Burngham (Califórnia, EUA)
e publicado na revista "Science"
no início deste ano.
"Se consideramos que a vida de
um rato é de cerca de dois anos,
podemos dizer que o resultado é
muito bom", afirmou Wadih
Arap, um dos responsáveis pela
pesquisa.
Ele segue a mesma linha da pesquisa feita pelo médico Judah
Folkman, que causou polêmica
depois que a imprensa norte-americana classificou os seus experimentos como a "cura do câncer".
O médico usou drogas para inibir a angiogênese (surgimento de
ramificações de vasos próximo a
regiões com tumores e que fornecem sangue a eles).
Folkman classificou o estudo de
Burnham como a "principal linha
farmacológica atual".
Invasão contida
O corte no fornecimento de sangue aos tumores quase paralisa o
crescimento do câncer. Sem os vasos sanguíneos, o diâmetro do tumor cresce menos de 1 mm. Com
os vasos, os tumores podem invadir órgãos inteiros.
Várias outras drogas que tentam
cortar o fornecimento de sangue
para os tumores estão sendo testadas nos Estados Unidos.
O grande diferencial dessa nova
técnica é que ela conseguiu criar
"rastreadores" para os diferentes
tipo de tumores.
Todos os vasos sanguíneos que
se formam ao redor dos tumores
têm características próprias, o que
possibilita sua identificação por
um determinado tipo de peptídeo.
Foram identificados 14 tipos de
peptídeos para 14 diferentes tumores. Os mais eficazes são os
peptídeos para câncer de próstata
e de pulmão.
Menos efeitos colaterais
Outra grande vantagem do tratamento é poder tentar matar o tumor -com a droga-, mas sem
tantos efeitos colaterais, já que os
remédios vão mais diretamente ao
alvo.
O "ataque vascular dirigido" é
o nome dado pelos pesquisadores
para a nova técnica.
Segundo o brasileiro Wadih
Arap, várias instituições estão começando a testar a associação do
peptídeo com os remédios em pessoas.
"Mas esses testes podem demorar algum tempo. Na média, eles
demoram cerca de cinco anos",
afirma Arap.
Uma dessas instituições é o laboratório norte-americano Ilex. Segundo ele, toda instituição que
não tenha fins lucrativos poderá
usar a nova técnica sem pagar nada ao Instituto Burnham, que é especializado em pesquisa sobre
câncer.
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