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EDUCAÇÃO
Conselheiros da UFRJ devem aprovar moção pedindo a renúncia de Vilhena
Reitor evita reuniões, acusa conselho
da Sucursal do Rio
A desocupação da reitoria não
encerrou a crise na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Integrantes do Conselho Universitário acusam o reitor José Henrique Vilhena de cancelar a reunião
prevista para hoje com o órgão para evitar o constrangimento político de ver aprovada uma moção
para que renuncie ao cargo.
"Ele vem cancelando as reuniões desde a sua nomeação, há
dois meses. E a razão é que vai prevalecer o pedido para que renuncie", disse o conselheiro Carlos
Lessa, decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas.
Vilhena mandou cancelar a reunião sob o pretexto de que tinha
agendado compromissos em Brasília, como um encontro com o
ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Desde sua nomeação,
no dia 7 de julho, é a quarta vez
que o reitor cancela a reunião do
Conselho Universitário.
A próxima reunião do conselho
foi adiada por 15 dias.
Lessa disse que Vilhena tem minoria no conselho, tendo perdido
a legitimidade para administrar a
UFRJ por quatro anos. Segundo o
decano, o reitor deverá passar por
outro constrangimento, quando
se reunir com o conselho: não
conseguirá aprovar a sua lista de
cinco vice-reitores.
Com 75 integrantes, o Conselho
Universitário funciona como uma
espécie de órgão legislativo. Presidente do conselho, Vilhena depende, por exemplo, da aprovação
do orçamento de 99 da UFRJ e dos
nomes de seus adjuntos, que passam pela análise do órgão.
Lessa disse que, informalmente,
Vilhena pode até escolher seus vice-reitores, mas estes não poderão
assinar nenhum documento.
"Ele terá que assinar todos os
documentos. É uma situação de
terrível constrangimento. A universidade é que fica desgastada."
Vilhena, por sua assessoria de
imprensa, mandou dizer que sua
ida a Brasília não é "nenhuma
jogada" para evitar se reunir com
o conselho. Segundo a assessoria,
Vilhena encontrou a reitoria toda
revirada, com computadores com
vírus e telefones quebrados, em
decorrência da ocupação de um
mês e meio, e precisa de tempo para elaborar suas "grandes linhas
de trabalho" e apresentá-las ao
conselho.
Por ordem judicial, estudantes e
funcionários desocuparam na última sexta-feira a reitoria da UFRJ.
A reitoria foi invadida no início de
julho como protesto pela escolha
de Vilhena para reitor pelo governo federal. Embora a escolha tenha sido legal, Vilhena ficou em
terceiro lugar em votação da comunidade universitária. "A nomeação dele é legal, mas não é legítima", disse Lessa.
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