São Paulo, quinta, 27 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Não sou o novo Chico Picadinho'

da Reportagem Local

Jonas Prates Evangelista, 53, conheceu alguns dos criminosos mais famosos do Estado quando foi barbeiro no sistema prisional.
"Cortei o cabelo do Chico Picadinho, do Bandido da Luz Vermelha, do Hosmany Ramos, do Pedrinho Matador", disse. Todos eles estiveram presos na Casa de Custódia de Taubaté (SP), onde Jonas esteve na década passada.
"Não sou o novo Chico Picadinho. Não sou uma pessoa perigosa. Dizem isso de mim porque a língua humana é livre para dizer o que quiser", afirmou Jonas.
Ele disse ter recebido tratamento psiquiátrico na prisão. "Melhorar? Ninguém melhora na cadeia. Os técnicos não sabem o que é que se passa na mente humana. Sou uma pessoa normal, tão normal quanto cada um de vocês."
Incriminar
Sobre o assassinato de Valquíria Aparecida de Oliveira Silva, o barbeiro afirmou que a conhecia havia dois meses, mas que ela não morava em sua casa. "Ela só deixou seus pertences comigo."
Na quinta-feira passada, disse Jonas, Valquíria apareceu com o ex-marido e outros três homens. Todos teriam bebido, fumado crack e cheirado um pó branco.
Após algumas horas de farra, o ex-marido de Valquíria teria passado a agredi-la. Ele e os outros homens a teriam matado e esquartejado. Também teriam obrigado Jonas a dar sumiço na cabeça.
"Não tive relação com essa mulher porque sou impotente." Mas o delegado Marcelo Guedes Damas afirma que Jonas tentou forjar provas contra o ex-marido. "É mentira. As testemunhas não viram ninguém na casa dele." (MG)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.