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Para comissão, RJ tem pior caso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presídio Evaristo de Moraes,
no Rio, foi considerado pela Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados como o
pior entre os visitados pelos deputados. "É o pior do Brasil", diz o
deputado Marcos Rolim (PT-RS).
De acordo com a comissão, o
presídio parece uma espécie de ginásio de esportes adaptado.
O teto tem uma altura de 20 metros e as celas não têm cobertura.
Pelas aberturas nas laterais do
prédio entram pombos que defecam em cima das celas, segundo o
relatório. Os presos usam mantas
e panos velhos para cobrir as celas. "As condições de higiene são
as piores possíveis", diz Rolim.
Além dos pombos, os ratos dividem espaço com 1.552 presos,
cerca de 52 por cela. A comissão
descobriu um caso de morte por
leptospirose (doença causada pela urina dos ratos) e mais um de
contaminação. "Nós encontramos ratos até dentro da comida",
afirma Rolim. De acordo com o
relatório, nem mesmo a água servida aos presos escapa à sujeira.
Também foram identificados
casos de espancamento e de corrupção. Os presos denunciam inclusive uma tabela para prestação
de serviços -R$ 100 para ter direito à visita íntima, R$ 30 para
trocar de cela, R$ 10 para sair para
o pátio e R$ 10 para ter acesso a informações sobre a própria pena.
O único ponto positivo, diz o relatório, é o serviço de educação.
Há 12 salas com aulas regulares,
com 600 presos matriculados.
O secretário da Justiça do Rio,
João Luiz Duboc Pinot, não foi localizado pela Folha para comentar o caso. Até as 18h30, não havia
sido encontrado.
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