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DESASTRE NO RIO
Como outro prédio ameaça desabar, Defesa Civil não retirou escombros ontem; 2 continuam desaparecidos
Medo de novo acidente suspende procura a vítimas
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Devido à ameaça de desabamento do prédio número 57 da
rua do Rosário, vizinho ao edifício que caiu anteontem, não foi
possível ontem a retirada de escombros e a procura de possíveis
vítimas soterradas.
Técnicos da Defesa Civil da Prefeitura do Rio e da Defesa Civil estadual passaram o dia trabalhando no escoramento do prédio.
Outros 12 edifícios do quarteirão
estão interditados.
Sob os escombros podem estar
os corpos de um homem e uma
mulher, que, segundo o porteiro
Raimundo de Melo, estavam hospedados no hotel Linda do Rosário, que funcionava no prédio. As
autoridades não confirmam essa
suspeita porque, até o início da
noite, ninguém reclamou a ausência de parentes e amigos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel
João Carlos Mariano, a estimativa
é de que apenas ao meio-dia de
hoje sejam retomadas as buscas.
Inclinação
O escoramento foi feito com vigas metálicas amparadas na fachada do prédio em frente, uma
agência bancária. A decisão foi tomada porque, na madrugada de
ontem, mesmo após a retirada de
entulhos, o prédio inclinou dois
milímetros -totalizando oito
milímetros de inclinação.
No prédio escorado funcionavam o Bar e Restaurante 57 e um
anexo do hotel que ficava no prédio que caiu. O desabamento teria
sido causado, segundo a prefeitura, pela reforma que estava sendo
feita no primeiro andar, no Café e
Bar Correio. Mariano disse que a
retirada de uma laje pode ter provocado a queda.
À tarde, a governadora Benedita
da Silva (PT) visitou o local do desabamento. Benedita consolou o
dono do Bar e Restaurante 57,
Carlos Augusto Marinho, que
chorou e disse que "perdeu tudo",
já que a possibilidade de demolição do prédio, segundo a Defesa
Civil do município, é grande.
"Você está com vida. É isso que
é importante. Vai ser feita uma
avaliação para saber se o prédio
tem condição de ser habitado ou
não. Quando se tem uma situação
dessa natureza, há negligência de
alguém. Vamos apurar para saber
de onde partiu a negligência", disse Benedita, candidata à reeleição.
Marinho afirmou que avisou os
trabalhadores da obra que as
"marretadas estavam causando
rachaduras" no prédio, 20 minutos antes do desabamento.
Segundo a Coordenadoria de
Licenciamento e Fiscalização da
Prefeitura do Rio, o alvará do restaurante foi concedido em 1963.
Os sócios do estabelecimento, segundo documentos da prefeitura,
são Artur Luiz Dias de Almeida
Lemos e Sandra Maria Caldas de
Almeida Lemos. Até as 19h, a Folha não conseguiu localizá-los.
O delegado titular da 1ª DP, Rogério M. Franco, abriu inquérito
para apurar as causas do acidente.
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