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CONTRABANDO
Julio Osvaldo Dominguez Dibb tenta registrar lacre do IPI como uma marca nas embalagens dos produtos
Empresário paraguaio quer "maquiar" selo de cigarro
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O empresário paraguaio Julio
Osvaldo Dominguez Dibb, 63, conhecido como ODD, tenta registrar o selo do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) como
sendo uma marca nas embalagens de cigarros fabricados por
sua empresa no Paraguai. O registro facilitaria o contrabando. A informação foi confirmada pela
embaixada do Brasil em Assunção, capital do Paraguai.
Dibb é investigado pelo MPF
(Ministério Público Federal) em
São Paulo, que apura o esquema
de contrabando de cigarros do
Paraguai para o Brasil. A CPI da
Pirataria da Câmara dos Deputados informou que vai acionar o
congresso paraguaio para tentar
ouvir o empresário.
O selo do IPI vem no lacre das
embalagens de cigarros produzidos no Brasil. A intenção de tornar o produto fabricado no Paraguai idêntico ao brasileiro teria levado Dibb a tentar registar o selo
no ministério paraguaio que cuida das relações comerciais como
se fosse marca de suas empresas.
O processo teve início em 2001.
O governo paraguaio consultou
a embaixada brasileira em Assunção e foi informado, em 2002, que
a concessão do registro facilitaria
a falsificação de cigarros.
Segundo apurou a Agência Folha com fontes que trabalharam
na embaixada, o empresário paraguaio ainda não desistiu de obter a marca, pois tenta alcançar
seu objetivo com ações na Justiça.
Um dos principais empresários
do Paraguai, Dibb disputou com
o atual presidente da República,
Nicanor Duarte Frutos, as prévias
do Partido Colorado no ano passado. Também é presidente do time de futebol Olímpia, que foi
campeão da Taça Libertadores
em 2002. Sua família possui um
jornal de circulação nacional e
emissoras de rádio.
Escutas telefônicas feitas com
autorização da Justiça pelo Ministério Público Federal levaram no
início deste mês à prisão de Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão, acusado de comandar um esquema de contrabando de cigarros no Brasil.
Nas conversas, o Ministério Público identificou Dibb, pelo nome
e pela voz, como sendo um dos
homens que negociavam com
funcionários de Lobão.
A Agência Folha procurou Dibb
na quarta-feira e na quinta-feira
em Assunção, no Paraguai, mas
ele não foi encontrado.
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