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Advogado que denunciou policial é morto a tiros
Márcio Campos entregou à polícia celular de PM encontrado em local de crime
Ele era advogado de um homem que estava entre as vítimas de atentado promovido por dois homens encapuzados em 2007
DO "AGORA"
O advogado Márcio Roberto
Campos, 36, foi morto na noite
de anteontem com nove tiros
na cabeça, em Osasco (Grande
SP). Ele havia denunciado policiais militares acusados de integrar um grupo de extermínio,
chamado "Eu sou a morte".
Campos entregou à polícia o
celular de um policial militar
achado no mesmo local onde
três pessoas foram baleadas, no
Jardim Bonança, periferia de
Osasco. O telefone pertencia ao
soldado Fábio Fernando de
Santana Saviolo, 30, do 42º Batalhão da Polícia Militar.
Campos era advogado de um
homem que estava entre as vítimas do atentado promovido
por dois homens encapuzados
no dia 15 de agosto de 2007.
De acordo com conhecidos
do advogado, ele acompanhou
vítimas do grupo em testemunhos na Corregedoria da Polícia Militar e disse que estava
com medo de represálias. Há
cerca de uma semana, ele fez
um seguro de vida.
Anteontem, o advogado estava jogando futebol em um ginásio na rua Luis Gatti, por volta
das 22h. Logo depois, ele saiu
do local em seu carro, um Corsa
preto, e seguiu para sua casa, no
bairro Jardim Santo Antônio.
Quando ele parou no cruzamento das avenidas Sport Club
Corinthians Paulista e Diogo
Antônio Feijó, no Jardim das
Flores, uma moto Falcon preta
com duas pessoas se aproximou e um dos ocupantes do
veículo disparou nove tiros
contra o advogado. Todos o
acertaram na cabeça.
O advogado foi levado para o
Hospital Municipal Antônio
Giglio, onde morreu. Os criminosos fugiram em alta velocidade pela avenida Visconde de
Nova Granada.
Tentativa de incriminá-lo
O policial militar dono do celular foi afastado das funções
de rua. No ano passado, Saviolo
disse que havia sido roubado e
que o fato de seu celular estar
na cena do crime era uma tentativa de incriminá-lo. Ontem,
ele não foi encontrado.
Na noite de ontem, a assessoria de imprensa da Polícia Militar foi questionada sobre o assunto, mas não respondeu até o
fechamento desta edição.
O titular de Homicídios de
Osasco, o delegado Augusto Farias, disse que vai investigar se
PMs estão envolvidos na morte
do advogado.
(THIAGO BRAGA)
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