São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Advogado que denunciou policial é morto a tiros

Márcio Campos entregou à polícia celular de PM encontrado em local de crime

Ele era advogado de um homem que estava entre as vítimas de atentado promovido por dois homens encapuzados em 2007

DO "AGORA"

O advogado Márcio Roberto Campos, 36, foi morto na noite de anteontem com nove tiros na cabeça, em Osasco (Grande SP). Ele havia denunciado policiais militares acusados de integrar um grupo de extermínio, chamado "Eu sou a morte".
Campos entregou à polícia o celular de um policial militar achado no mesmo local onde três pessoas foram baleadas, no Jardim Bonança, periferia de Osasco. O telefone pertencia ao soldado Fábio Fernando de Santana Saviolo, 30, do 42º Batalhão da Polícia Militar.
Campos era advogado de um homem que estava entre as vítimas do atentado promovido por dois homens encapuzados no dia 15 de agosto de 2007.
De acordo com conhecidos do advogado, ele acompanhou vítimas do grupo em testemunhos na Corregedoria da Polícia Militar e disse que estava com medo de represálias. Há cerca de uma semana, ele fez um seguro de vida.
Anteontem, o advogado estava jogando futebol em um ginásio na rua Luis Gatti, por volta das 22h. Logo depois, ele saiu do local em seu carro, um Corsa preto, e seguiu para sua casa, no bairro Jardim Santo Antônio.
Quando ele parou no cruzamento das avenidas Sport Club Corinthians Paulista e Diogo Antônio Feijó, no Jardim das Flores, uma moto Falcon preta com duas pessoas se aproximou e um dos ocupantes do veículo disparou nove tiros contra o advogado. Todos o acertaram na cabeça.
O advogado foi levado para o Hospital Municipal Antônio Giglio, onde morreu. Os criminosos fugiram em alta velocidade pela avenida Visconde de Nova Granada.

Tentativa de incriminá-lo
O policial militar dono do celular foi afastado das funções de rua. No ano passado, Saviolo disse que havia sido roubado e que o fato de seu celular estar na cena do crime era uma tentativa de incriminá-lo. Ontem, ele não foi encontrado.
Na noite de ontem, a assessoria de imprensa da Polícia Militar foi questionada sobre o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
O titular de Homicídios de Osasco, o delegado Augusto Farias, disse que vai investigar se PMs estão envolvidos na morte do advogado.
(THIAGO BRAGA)



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