São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Indústria do tabaco financiou atores de Hollywood, diz estudo

Estúdios e famosos receberam verbas até os anos 50

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria do tabaco foi uma das financiadoras do cinema de Hollywood entre as décadas de 20 e 50 e pagou a importantes nomes da época para promover o tabagismo, entre eles Clark Gable, Joan Crawford, John Wayne, Bette Davis e Henry Fonda. É o que apontou estudo publicado na última quarta na revista "Tobacco Control".
Pesquisadores da Universidade de Nova York chegaram à ligação entre as celebridades e a indústria após analisar documentos disponíveis na Universidade da Califórnia e outros que se tornaram públicos após ações movidas por grupos antitabagistas contra a indústria.
Um desses documentos mostra que a American Tobacco, fabricante do cigarro Lucky Strike, pagou a 42 atores para promover essa marca entre 1937 e 1938. Clark Gable embolsou US$ 10 mil, o que segundo o estudo corresponderia a mais de US$ 140 mil hoje. A mesma quantia receberam Gary Cooper e Carole Lombard.
A pesquisa mostra que, no período após a Grande Depressão (1929), algumas fabricantes de cigarro passam por expansão, ao contrário do que ocorria no país.
A American Tobacco aumento em 53%, aproximadamente US$ 128 milhões atuais, o seu orçamento para anúncios impressos e no rádio. Artistas de cinema considerados "top A" participavam das campanhas. Um dos estúdios mais beneficiados pelas campanhas foi a Warner Brothers.
O estudo traz ainda imagens de propagandas que datam do início do cinema falado. O ator Al Jolson aparece em uma delas defendendo que o Lucky Strike é uma alternativa a "doces engordantes", que fez parte da campanha veiculada entre 1928 e 1929 intitulada "Pegue um Lucky em vez de um doce".
Os autores do estudo dizem que os filmes clássicos com cenas contendo o cigarro, como "Casablanca", impulsionaram o debate sobre a presença deste item nos filmes. Especialistas começaram a defender que esse tipo de imagem era uma influência para que os jovens fumassem, enquanto outros afirmavam que o cigarro nos filmes é algo presente em Hollywood desde o cinema mudo.


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