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Dersa afirma que falhas no Rodoanel são pontuais
Empresa estatal responsável pela obra também culpa intensidade de chuva
Dersa afirma que monitora fauna, flora, água, ar e patrimônio de modo rigoroso e que cumpre licenciamento ambiental
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Dersa (empresa de transporte do Estado responsável
pelo Rodoanel) avalia que os
problemas ambientais apontados em vistoria oficial não são
significativos -e que eles foram agravados pelas chuvas.
"A alta intensidade da ocorrência de chuvas nos últimos
meses afetou algumas medidas
mitigadoras, principalmente os
dispositivos de drenagem provisórios. A situação observada
no relatório refere-se a problema localizado, de pequena
abrangência e significância",
informou a Dersa.
Em relação ao afogamento de
árvores, a empresa disse que "a
vegetação afetada encontra-se
em estágio pioneiro de regeneração" -e que ela havia sido
mantida apesar de autorização
para a sua retirada.
Quanto ao assoreamento de
trechos da represa, a Dersa
também respondeu ser problema localizado. Sobre um caso
citado pela vistoria, disse que "a
ocorrência já foi resolvida".
Questionada a respeito de
uma foto aérea mostrada pela
Folha e que também mostra a
diferença acentuada na cor da
água no entorno do Rodoanel, a
empresa diz que ela "provavelmente foi obtida após incidência muito alta de chuva". Mas
minimizou os possíveis danos.
Disse que "os materiais mais
grossos", "como areia", foram
retidos, e que a "turbidez" se
deve a algum material "muito
fino como argila", sem prejuízo
à qualidade da água da represa,
"que é monitorada em tempo
real por meio de três estações
automáticas".
A Dersa nega irregularidades
no acúmulo de montes de terra
ao longo da obra. Diz que a imagem flagrada em vistoria oficial
se deve a um material depositado "provisoriamente para posterior utilização", sem risco de
ser arrastado pela chuva -avaliação diferente da Cetesb. Afirma também que todos os depósitos de terra existentes foram
devidamente licenciados.
A empresa de transporte do
Estado diz que implantou um
programa de resgate da fauna
na obra e que atendeu mais de
500 animais, dos quais 350 foram realocados em áreas similares e 150, "encontrados feridos ou adoentados", foram encaminhados para tratamento.
A Dersa afirma, por fim, que
os programas ambientais determinados quando do licenciamento da obra -incluindo
monitoramento de fauna, flora,
água, ar e proteção ao patrimônio histórico- "estão sendo rigorosamente cumpridos".
O consórcio Andrade Gutierrez/Galvão, responsável pelas
obras do lote 1 do Rodoanel e
contratado pela Dersa, informou que, "por questão contratual", não irá se manifestar.
Ana Cristina Pasini da Costa,
diretora da Cetesb, avalia que a
constatação de falhas ambientais -que ela não considera ser
"de grande monta"- no empreendimento indica que a
construção está fiscalizada.
"Uma obra dessas causa impactos. Mas acredito que esteja
sob controle", afirma.
(JAMES CIMINO E ALENCAR IZIDORO)
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