São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dersa afirma que falhas no Rodoanel são pontuais

Empresa estatal responsável pela obra também culpa intensidade de chuva

Dersa afirma que monitora fauna, flora, água, ar e patrimônio de modo rigoroso e que cumpre licenciamento ambiental


DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Dersa (empresa de transporte do Estado responsável pelo Rodoanel) avalia que os problemas ambientais apontados em vistoria oficial não são significativos -e que eles foram agravados pelas chuvas.
"A alta intensidade da ocorrência de chuvas nos últimos meses afetou algumas medidas mitigadoras, principalmente os dispositivos de drenagem provisórios. A situação observada no relatório refere-se a problema localizado, de pequena abrangência e significância", informou a Dersa.
Em relação ao afogamento de árvores, a empresa disse que "a vegetação afetada encontra-se em estágio pioneiro de regeneração" -e que ela havia sido mantida apesar de autorização para a sua retirada.
Quanto ao assoreamento de trechos da represa, a Dersa também respondeu ser problema localizado. Sobre um caso citado pela vistoria, disse que "a ocorrência já foi resolvida".
Questionada a respeito de uma foto aérea mostrada pela Folha e que também mostra a diferença acentuada na cor da água no entorno do Rodoanel, a empresa diz que ela "provavelmente foi obtida após incidência muito alta de chuva". Mas minimizou os possíveis danos.
Disse que "os materiais mais grossos", "como areia", foram retidos, e que a "turbidez" se deve a algum material "muito fino como argila", sem prejuízo à qualidade da água da represa, "que é monitorada em tempo real por meio de três estações automáticas".
A Dersa nega irregularidades no acúmulo de montes de terra ao longo da obra. Diz que a imagem flagrada em vistoria oficial se deve a um material depositado "provisoriamente para posterior utilização", sem risco de ser arrastado pela chuva -avaliação diferente da Cetesb. Afirma também que todos os depósitos de terra existentes foram devidamente licenciados.
A empresa de transporte do Estado diz que implantou um programa de resgate da fauna na obra e que atendeu mais de 500 animais, dos quais 350 foram realocados em áreas similares e 150, "encontrados feridos ou adoentados", foram encaminhados para tratamento.
A Dersa afirma, por fim, que os programas ambientais determinados quando do licenciamento da obra -incluindo monitoramento de fauna, flora, água, ar e proteção ao patrimônio histórico- "estão sendo rigorosamente cumpridos".
O consórcio Andrade Gutierrez/Galvão, responsável pelas obras do lote 1 do Rodoanel e contratado pela Dersa, informou que, "por questão contratual", não irá se manifestar.
Ana Cristina Pasini da Costa, diretora da Cetesb, avalia que a constatação de falhas ambientais -que ela não considera ser "de grande monta"- no empreendimento indica que a construção está fiscalizada.
"Uma obra dessas causa impactos. Mas acredito que esteja sob controle", afirma.
(JAMES CIMINO E ALENCAR IZIDORO)


Texto Anterior: Laudo aponta danos ambientais no Rodoanel
Próximo Texto: Após início da obra, Pesqueiro Oito Lagos fica apenas com três
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.