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Carta de monitores convocava parentes
da Reportagem Local
Monitores do complexo Imigrantes da Febem distribuíram
uma carta aos pais dos internos
no sábado pela manhã, na qual
pediam para que os responsáveis
pelos menores estivessem presentes dia 26 (ontem) nas unidades
"para evitar que os adolescentes
sejam cuidados pela tropa de coque, conforme foi dito pelo presidente da Febem".
Uma outra carta, distribuída na
manhã de sábado como uma resposta ao panfleto dos monitores,
informava aos pais que "o atendimento continuará sendo prestado
a seus filhos, de tal modo que a
proteção que compete ao Estado
será cumprida". Na rebelião de
anteontem, quatro internos foram mortos e mais de 50 pessoas
ficaram feridas.
Esse texto é assinado pela secretária da Assistência e Desenvolvimento Social, Marta Godinho, e
pelo presidente da Febem, Guido
Andrade.
Ontem era a data marcada para
a greve dos funcionários da Febem. Por causa da rebelião, a paralisação foi adiada. O presidente
do Sitraemfa (Sindicato dos Trabalhadores da Febem), Antonio
Gilberto da Silva, negou que a entidade tenha sido responsável pelo panfleto.
"Todos nossos impressos têm o
timbre do sindicato", disse. "Desafio qualquer um a mostrar um
panfleto que tenha o logotipo da
entidade." A carta não tem timbre, mas traz o nome do sindicato
no final do texto. Silva admitiu,
porém, que a iniciativa da distribuição do material pode ter partido de monitores do complexo.
A possibilidade de a tropa de
choque invadir a unidade teria sido, segundo pais de adolescentes,
uma das causas da rebelião. Outros motivos seriam a superlotação e os espancamentos aos quais
os menores são submetidos. O
panfleto foi entregue logo no início da visita, às 8h30 de sábado. À
noite, houve a primeira rebelião.
A carta da secretária e do presidente da Febem afirma que a instituição demitiu funcionários por
"terem, comprovadamente, facilitado a evasão dos internos, além
de estarem envolvidos em maus-tratos".
(CG)
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