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São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2003

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RAVE NA RUA

Parte do público que acompanhou o evento, que contou com 16 trios elétricos e 130 DJs, pulou no lago do parque

Festa de música eletrônica reúne 170 mil no Ibirapuera

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 170 mil pessoas tomaram conta ontem da praça General Estilac Leal, onde fica o Monumento às Bandeiras, em frente ao parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, nas oito horas em que a música eletrônica tocou sem parar em 16 trios elétricos.
O local foi palco da Parada AME São Paulo, evento que fechou a semana jovem organizada pela prefeitura e pela Associação dos Amigos da Música Eletrônica, que deve se repetir em 2004.
Cabelos espetados, roupas coloridas e pessoas que nem gostam de música eletrônica foram atraídas para a praça, que ficou tomada por jovens dançando. No auge do calor, dezenas de jovens se atiraram no lago do Ibirapuera.
Os namorados Emerson Alves, 21, e Flávia Ciscar, 16, deixaram a filha de oito meses em casa para participar do evento. "Curto rap, mas estou achando muito legal tudo isso", afirmou Alves.
No total, 130 DJs passaram pela rave a céu aberto, cujo público foi estimado pela Polícia Militar no horário de maior pico, por volta das 17h. A organização acredita que bem mais pessoas passaram pelo lugar ao longo do dia.
O guitarrista da banda Ira!, Edgar Scandurra, amante da música eletrônica, improvisou uma pequena apresentação em um dos caminhões de som, misturando guitarra e batidas tecno.
A estudante Juliana Palma, 18, faz parte de um grupo de amigos da Freguesia do Ó (zona norte de SP) que enfrentou a maratona eletrônica sem descansar. "É uma opção que faltava", afirma, ao falar sobre os preços para entrar nas festas rave. Ontem foi de graça.
Quando a noite chegou, as ruas ao redor do monumento ganharam novas cores, com colares luminosos e tochas usadas em uma demonstração que lembra os "engolidores de fogo" dos circos.
Embalados por uma mistura incendiária que não revelam, eles demonstraram "arremessos" de fogo -cuspir o líquido inflamável sobre a tocha, formando um facho luminoso. "Isso se chama pirofagia", diz Ricardo André Lorenz, 21, ao contar que as "manobras" com fogo têm nomes.
Pelo planejamento inicial, os trios deveriam ter saído da praça em direção ao Obelisco, mas a organização, por segurança, preferiu ficar ao redor do monumento.
Segundo a PM, não houve ocorrências graves. Entre os atendimentos médicos, insolação foi a causa mais frequente.


Colaborou o "Agora"

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