|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA
Sentença obriga companhia a pagar R$ 720 mil a parentes de vítima de incêndio; acidente aconteceu em 2001
Metrô terá de indenizar família de usuária
MAYRA STACHUK
DA REPORTAGEM LOCAL
O Metrô de São Paulo foi condenado, na última segunda-feira,
a pagar indenização por danos
morais no valor de R$ 720 mil à
família de Maria Eroina da Silva,
morta devido a uma parada cardiorespiratória em agosto de
2001, quando um princípio de incêndio deixou passageiros presos
em um trem. Foi o acidente mais
grave da história da companhia.
A sentença foi dada pela juíza
Maria Lúcia Ribeiro de Castro
Pizzotti Mendes, da 32ª Vara Cível
de São Paulo, e prevê que o valor
seja atualizado monetariamente
desde a data do acidente, além de
acréscimo de juros moratórios de
1% ao mês e os honorários advocatícios de 15% sobre o valor da
condenação.
O Metrô, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que
vai recorrer ao Tribunal de Justiça
do Estado por obrigação de empresa pública.
Segundo a assessoria, a companhia lamenta a ocorrência, mas
acredita que "não houve responsabilidade objetiva do Metrô no
caso, que foi decorrente de um fato imprevisível".
A família de Maria Eroina não
quis dar declarações ontem, mas
seu advogado, Ademar Gomes,
afirmou que o caso é um importante exemplo para que as pessoas
lutem pelos seus direitos. Ele não
quis comentar o fato de o Metrô
recorrer da decisão.
Acidente
Maria Eroina da Silva é a única
vítima fatal de falhas do Metrô em
27 anos de existência da companhia. O acidente começou com o
rompimento de um cabo que leva
energia aos trilhos, gerando uma
série de curtos-circuitos na linha
3-vermelha, que liga as regiões
leste e oeste da cidade.
Houve um princípio de incêndio que fez com que um trem parasse entre as estações Marechal
Deodoro e Barra Funda.
A fumaça era tanta que o condutor não conseguiu prosseguir.
Os passageiros ficaram presos
dentro dos vagões.
Testemunhas e vítimas disseram na época que tiveram de sair
dos vagões pela janelas, após quebrá-las, embora o Metrô tenha dito que as portas foram abertas no
instante em que o trem parou
dentro do túnel.
Maria Eroina, que trabalhava
como chefe de limpeza da indústria de componentes eletrônicos
CCE e tinha 56 anos, saiu com vida da estação do Metrô, mas morreu após dar entrada na Santa Casa de Misericórdia.
Ela chegou ao pronto socorro
com parada cardiorespiratória.
Além de Eroina, 26 pessoas ficaram feridas no acidente.
Texto Anterior: Violência: Tiroteio entre PMs e tráfico mata idosa Próximo Texto: Festa frustrada Índice
|