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Dividido, STF julga caso
Gloria Trevi amanhã
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cantora mexicana Gloria Trevi tem chance de obter o direito à
prisão domiciliar enquanto
aguarda o Ministério da Justiça
apreciar seu pedido de refúgio.
Dividido, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidirá amanhã se
acolhe ou não recurso movido
por seus advogados contra a sua
permanência em presídio.
Ontem, os 11 ministros do STF
chegaram a examinar esse processo, mas um pedido de vista do
ministro Carlos Velloso suspendeu o julgamento. A votação foi
interrompida após cinco ministros votarem: três contra a prisão
domiciliar e dois favoráveis. Os
contrários foram Néri da Silveira,
Ellen Gracie Northfleet e Maurício Corrêa. Os favoráveis foram
Nelson Jobim e Ilmar Galvão.
Grávida de sete meses, Gloria
Trevi moveu sucessivos recursos
no STF, por meio de seus advogados, na tentativa de obter a prisão
domiciliar -três somente na semana passada. Ela também tenta
a reabertura de seu processo de
extradição, já autorizada pelo Supremo, e a obtenção de refúgio,
no Ministério da Justiça.
Os ministros do STF debateram
a questão em clima descontraído.
Ao votar, Ilmar Galvão referiu-se
à cantora como vítima e, em seguida, se corrigiu: "Vítima não, a
extraditanda [pessoa sujeita a
processo de extradição"". O presidente do STF, Marco Aurélio de
Mello, acrescentou: "Seria vítima
de estupro, se é que houve." Alguns ministros riram.
No início do julgamento, Jobim
sugeriu que a prisão domiciliar
fosse concedida também ao empresário da cantora, Sergio Andrade, e à secretária Maria Raquenel Portillo. Ellen Gracie discordou da extensão do benefício e indagou ao colega, em tom de brincadeira: "Mas os outros dois também estão grávidos?".
Investigação na PF
A Polícia Federal investiga a
possibilidade de que policiais tenham tido relação sexual com a
cantora. Isso seria falta funcional,
no caso de a cantora ter consentido, ou estupro, na hipótese de ela
ter sido forçada. No governo, desconfia-se que ela esteja acusando
presos de estupro para evitar problemas com policiais federais.
A PF chegou a produzir um relatório para explicar a gravidez de
Trevi. A primeira conclusão foi
que ela sofreu inseminação artificial artesanal.
No Ministério da Justiça, o caso
é considerado uma trapalhada da
PF e do ocupante anterior da pasta, José Gregori, que teria permitido a montagem de uma versão
pouco consistente. Depois da primeira investigação, o recém-empossado ministro da Justiça,
Aloysio Nunes Ferreira, mandou
a PF abrir inquérito policial para
investigar a gravidez.
Membros do governo avaliam
que, se a cantora não se dispuser a
revelar as circunstâncias das supostas relações sexuais com policiais, será difícil haver punição rigorosa a policiais.
O ministro Aloysio tem dito que
o caso está sendo "tratado com todo rigor e transparência" e que a
OAB e o Ministério Público
acompanham as investigações.
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