São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

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VOLUNTARIADO

Empresária abriu Assembléia Geral da ONU; modelo brasileiro de ação social foi destacado por não depender do governo

Milú Villela pretende mobilizar estudantes

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Milú Villela disse ontem na Organização das Nações Unidas (ONU) que o foco do voluntariado brasileiro em 2003 deve ser o jovem estudante, pois "esse tipo de trabalho faz do voluntário uma pessoa melhor, e pessoas melhores são necessárias para um mundo melhor", discursou ela.
Citando pesquisa do Ibope, a empresária afirmou que um em cada quatro brasileiros pratica trabalho voluntário e que pelo menos dois terços das empresas do país apóiam alguma entidade do setor. Agora, disse ela, o objetivo será mobilizar parte dos 56 milhões de jovens de até 22 anos que frequentam escolas no Brasil.
A brasileira foi convidada a abrir a sessão de ontem da 57ª Assembléia Geral da ONU com discurso no plenário da sede da entidade, em Nova York. A rara distinção se deveu ao desempenho que o país vem tendo desde que foi instituído o Ano Internacional do Voluntariado, em 2001, cujo comitê é presidido por Villela.
O modelo brasileiro despertou a atenção da entidade internacional por envolver a sociedade civil, não depender de recursos do governo e focar sua atenção na educação dos jovens.
"Com nosso programa Jovem Voluntário - Escola Solidária, temos hoje 8 milhões participando de trabalhos voluntários", disse ela à Folha.
O discurso da empresária durou nove minutos, nos quais ela fez um balanço das atividades dos países integrantes em relação ao Ano Internacional do Voluntariado, ressaltou o desempenho do Brasil e traçou diretrizes da atividade para o ano que vem.
Entre as sugestões da proposta "Seguimento do Ano Internacional do Voluntariado", elaborada pela Missão Brasileira junto à ONU e lida por Villela, estavam a adoção definitiva de 5 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário pela ONU e o pedido para que acionistas do setor privado continuem a apoiar entidades e ações voluntárias.
A proposta foi aprovada no final da tarde com assinatura de 142 países. "Representantes nos procuraram já no plenário pedindo para assinar o documento", disse à Folha Luís Norberto Pascoal, diretor do Instituto Faça Parte - Brasil Voluntário, criado por Villela. O número original era de 110 países. "O resto veio vindo quase todo depois do discurso."
Além do Faça Parte, Milú Villela preside o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo e o Instituto Itaú. Sua atividade voluntária começou na década passada, quando fez a Associação Comunitária Despertar no Jardim Miriam, na zona sul de São Paulo.


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