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VOLUNTARIADO
Empresária abriu Assembléia Geral da ONU; modelo brasileiro de ação social foi destacado por não depender do governo
Milú Villela pretende mobilizar estudantes
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Milú Villela disse ontem na Organização das Nações Unidas
(ONU) que o foco do voluntariado brasileiro em 2003 deve ser o
jovem estudante, pois "esse tipo
de trabalho faz do voluntário uma
pessoa melhor, e pessoas melhores são necessárias para um mundo melhor", discursou ela.
Citando pesquisa do Ibope, a
empresária afirmou que um em
cada quatro brasileiros pratica
trabalho voluntário e que pelo
menos dois terços das empresas
do país apóiam alguma entidade
do setor. Agora, disse ela, o objetivo será mobilizar parte dos 56 milhões de jovens de até 22 anos que
frequentam escolas no Brasil.
A brasileira foi convidada a
abrir a sessão de ontem da 57ª Assembléia Geral da ONU com discurso no plenário da sede da entidade, em Nova York. A rara distinção se deveu ao desempenho
que o país vem tendo desde que
foi instituído o Ano Internacional
do Voluntariado, em 2001, cujo
comitê é presidido por Villela.
O modelo brasileiro despertou a
atenção da entidade internacional
por envolver a sociedade civil, não
depender de recursos do governo
e focar sua atenção na educação
dos jovens.
"Com nosso programa Jovem
Voluntário - Escola Solidária, temos hoje 8 milhões participando
de trabalhos voluntários", disse
ela à Folha.
O discurso da empresária durou
nove minutos, nos quais ela fez
um balanço das atividades dos
países integrantes em relação ao
Ano Internacional do Voluntariado, ressaltou o desempenho do
Brasil e traçou diretrizes da atividade para o ano que vem.
Entre as sugestões da proposta
"Seguimento do Ano Internacional do Voluntariado", elaborada
pela Missão Brasileira junto à
ONU e lida por Villela, estavam a
adoção definitiva de 5 de dezembro como Dia Internacional do
Voluntário pela ONU e o pedido
para que acionistas do setor privado continuem a apoiar entidades e ações voluntárias.
A proposta foi aprovada no final
da tarde com assinatura de 142
países. "Representantes nos procuraram já no plenário pedindo
para assinar o documento", disse
à Folha Luís Norberto Pascoal, diretor do Instituto Faça Parte - Brasil Voluntário, criado por Villela.
O número original era de 110 países. "O resto veio vindo quase todo depois do discurso."
Além do Faça Parte, Milú Villela
preside o Museu de Arte Moderna
(MAM) de São Paulo e o Instituto
Itaú. Sua atividade voluntária começou na década passada, quando fez a Associação Comunitária
Despertar no Jardim Miriam, na
zona sul de São Paulo.
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