São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Governo faz rodízio de chefes de facções em prisões federais

Criminosos do Rio são levados para Catanduvas, que mandou presos para Porto Velho

Já são 19 bandidos ligados aos ataques deflagrados no Rio levados para o Paraná desde quarta-feira

JOSÉ MASCHIO
DE LONDRINA

O juiz corregedor da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), Nivaldo Brunoni, 47, autorizou na tarde de ontem a transferência de mais nove presos envolvidos nos ataques no Rio de Janeiro, para o presídio paranaense.
Outros dez presos já haviam chegado na quarta-feira do Rio à penitenciária de Catanduvas (487 Km de Curitiba), de segurança máxima.
Brunoni disse ontem que a autorização das transferências se deu em caráter de liminar. "Depois vamos analisar o perfil de cada preso para saber se devem permanecer em presídios federais."
Enquanto chefes do crime organizado chegaram a Catanduvas, outros -como Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Marco Antônio Firmino da Silva, o My Thor- foram enviados anteontem para Porto Velho (RO).
No total, houve uma troca de 15 presos de Catanduvas para Porto Velho. De Catanduvas saíram 12 presos do Rio de Janeiro e três do Espírito Santo, ligados ao CV (Comando Vermelho) e ADA (Amigos dos Amigos).
Segundo Brunoni, o rodízio de presos entre presídios federais já estava sendo analisado pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), mas os episódios do Rio anteciparam esse processo.
"Não é salutar um preso cumprir mais do que um ano no mesmo presídio, a ideia é fazer um sistema de rodízio entre as penitenciárias federais", disse. Há presídios federais também em Campo Grande (MS) e Mossoró (RN).
De acordo com o Sistema Penitenciário Federal, há no total 832 celas nesses presídios -497 estão ocupadas.

ISOLAMENTO
Brunoni disse que Marcinho VP e My Thor estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) desde 20 de outubro, quando a mulher de um detento foi presa com bilhete para os dois falando sobre atentados no Rio.
Segundo Brunoni, o regime é uma punição por ato infracional no presídio. O preso fico isolado na penitenciária, mas pode ter visita de familiares e advogados. "A lei determina essas visitas. Não há como impedir", disse.


Colaborou LUIZ CARLOS DA CRUZ , de Cascavel (PR)


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