São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CÂMARA MUNICIPAL


Tripoli diz ter maioria na eleição para presidente da Casa

PMDB apoiará candidatura de tucano



GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O PMDB, partido de sustentação ao prefeito Celso Pitta (PTN), fechou acordo com o PSDB em favor da candidatura do tucano Roberto Tripoli para a presidência da Câmara de São Paulo.
O PSDB cederia a 1ª vice-presidência da Mesa Diretora ao PMDB, segundo um vereador peemedebista. O PMDB também receberia a presidência de uma das comissões técnicas: Justiça, Finanças ou Política Urbana.
O acordo entre o PSDB e o PMDB atraiu outros partidos que dão apoio a Pitta. O PPB, o PFL, o PTB e o PL também podem participar da Mesa Diretora, segundo o vereador peemedebista.
"Tenho maioria hoje, mas não posso confirmar o número de votos", disse Tripoli. Se garantir o apoio de todos os vereadores do PSDB, PMDB, PPB, PFL, PL e PTB, o candidato tucano teria 27 votos -um a menos do que o necessário para se tornar presidente.
O próximo passo seria conquistar votos no chamado "grupo dos dez", que estaria fechado com o candidato petista José Eduardo Cardozo. "Ele (Cardozo) diz que tem todos os votos do grupo, mas não é bem assim", disse Tripoli.
O PSDB conseguiu tirar proveito em cima de um erro do PT, segundo outro vereador peemedebista. O PMDB pediu à bancada petista a 1ª vice-presidência e a 2ª secretaria da Casa.
O acordo estaria se concretizando quando o PT ofereceu cargos na Mesa Diretora ao PSDB para que o partido desistisse da candidatura a presidente e apoiasse o candidato petista.
Os tucanos rejeitaram a oferta do PT. A tentativa de acordo teria provocado protestos na bancada peemedebista, que se aproximou do PSDB.
O PMDB nega oficialmente o acordo com os tucanos. "Há uma grande aproximação, mas ainda faltam alguns detalhes", disse o líder da bancada peemedebista, Jooji Hato. Ele não quis falar sobre esses "detalhes".
O PT joga todas as cartas no chamado "grupo dos dez", formado por integrantes do PSB, PPS, PDT, PTB, Prona e PL. Os petistas cederam ao grupo a 2ª vice-presidência, 1ª e 2ª secretarias e as duas suplências.

Documento
Pelo menos nove integrantes do grupo já teriam assinado um documento firmando o acordo para a Mesa Diretora da Câmara. O 10º vereador não teria assinado o documento ainda, mas estaria mantendo o compromisso com o PT.
Com os 16 votos do PT, 3 do PC do B e os 10 do grupo, Cardozo seria eleito presidente com o apoio de 29 vereadores. O principal desafio de Cardozo é manter unido um grupo tão heterogêneo até 1º de janeiro, data da eleição.
"Eu confio que todos que fizeram o acordo vão manter a sua palavra", afirmou Cardozo, que nega que integrantes do grupo estejam mudando de posição.
A vereadora eleita Havanir de Almeida Nimtz (Prona) divulgou uma nota ontem alegando que o partido não faz parte do "grupo dos dez" e que o Prona só vai se definir no dia da eleição. Membros do grupo, no entanto, confirmam que o vereador eleito Antonio Paes da Cruz (Prona), o Baratão, participou das discussões da nova Mesa Diretora.

Orçamento
A relatora do Orçamento da Prefeitura de São Paulo em 2001, Myryam Athie (PMDB), prometeu entregar hoje o seu relatório para votação na Comissão de Finanças da Câmara.
A reunião está marcada para as 14h, mas Myryam disse que problemas burocráticos podem atrasar a apresentação de seu relatório por pelo menos duas horas.
Myryam disse que deve incluir no documento cerca de 40 novas emendas dos vereadores, no valor total de R$ 44 milhões. A maioria das emendas garante dinheiro para pavimentação de ruas, construção de creches e escolas e iluminação pública em redutos eleitorais. Todas as bancadas teriam feito propostas, menos a do PT.
Mas, para garantir as emendas, Myryam reduziu a verba do subsídio ao transporte coletivo. A primeira proposta, aprovada em primeira votação na Câmara, previa R$ 96 milhões. A vereadora reduziu esse valor para R$ 30 milhões.
A Câmara aprovou, ontem, o projeto do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para 2001. A proposta mantém os mesmos descontos oferecidos este ano: todos os imóveis com até 90 metros quadrados e de valor venal menor que R$ 21 mil não pagam o imposto. O imposto deverá sofrer reajuste de cerca de 6%.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Ex-assessora de Lula assume regional da Sé
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.