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CASO PEDRINHO
Policial diz não ter dúvidas
Para delegado, Roberta foi sequestrada em 1979
FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Mesmo sem realizar o exame de
DNA, o delegado Antônio Gonçalves dos Santos disse ontem não
ter mais dúvidas de que Roberta
Jamilly Martins Borges, 23, irmã
de criação de Osvaldo Borges Jr.
-chamado de Pedrinho pelos
pais biológicos-, é na verdade
Aparecida Fernanda Ribeiro da
Silva, sequestrada da maternidade em março de 1979.
"Não há dúvida de que ela [Roberta] é a Aparecida. O DNA agora é só para tirar a dúvida da própria Roberta. Vamos partir para o
próximo ponto da investigação,
que é saber quem a levou do hospital", disse Gonçalves, que investiga o caso há cerca de dois meses.
Roberta disse à Agência Folha,
por telefone, que não acha "nada"
das declarações do delegado e que
ele precisa prová-las. Disse que fará o DNA "na hora certa".
O delegado divulgou depoimentos de três ex-funcionárias do
hospital Paulo de Tasso, em Itaguari (90 km de Goiânia), onde
Vilma diz que Roberta nasceu, no
dia 5 de março de 1979.
Uma ex-funcionária afirmou
que o médico Rubens Rodrigues
Dantas (morto há dois anos) fez
uma cirurgia abdominal em Vilma para "retirar gordura". Em seguida, uma pessoa com uma recém-nascida entrou no hospital.
O médico teria ensanguentado
o bebê, para demonstrar que havia acabado de nascer, e chamado
o fazendeiro Jamal Rassi, que Vilma alega ser pai de Roberta.
Em depoimento, Rassi, que nega a paternidade, disse que esteve
na época em Itaguari, mas não viu
bebê algum. O hospital não registrou nenhum nascimento no dia.
Já a ex-administradora do hospital Maria da Conceição Veira
Filho afirmou que o bebê tinha
um bracelete com o nome da mãe
de Aparecida, Francisca Maria Ribeiro da Silva, 63, e o número dez,
que corresponde ao quarto onde
aconteceu o sequestro, no hospital de Maio, em Goiânia.
Apesar de dizer que só terá certeza do desfecho do caso com o
exame de DNA, Francisca, viúva
há 11 anos, já fala como se tivesse
encontrado Aparecida. A dona-de-casa contou que uma cunhada
falou com Roberta por telefone. A
jovem, no entanto, teria dito que
não queria "envolvimento com
ninguém".
"No dia em que quiser saber de
mim, a recebo de braços abertos.
Mas já fico feliz em saber que ela
está bem", afirmou Francisca, que
tem outros três filhos.
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