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São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003

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CASO PEDRINHO

Policial diz não ter dúvidas

Para delegado, Roberta foi sequestrada em 1979

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Mesmo sem realizar o exame de DNA, o delegado Antônio Gonçalves dos Santos disse ontem não ter mais dúvidas de que Roberta Jamilly Martins Borges, 23, irmã de criação de Osvaldo Borges Jr. -chamado de Pedrinho pelos pais biológicos-, é na verdade Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, sequestrada da maternidade em março de 1979.
"Não há dúvida de que ela [Roberta] é a Aparecida. O DNA agora é só para tirar a dúvida da própria Roberta. Vamos partir para o próximo ponto da investigação, que é saber quem a levou do hospital", disse Gonçalves, que investiga o caso há cerca de dois meses.
Roberta disse à Agência Folha, por telefone, que não acha "nada" das declarações do delegado e que ele precisa prová-las. Disse que fará o DNA "na hora certa".
O delegado divulgou depoimentos de três ex-funcionárias do hospital Paulo de Tasso, em Itaguari (90 km de Goiânia), onde Vilma diz que Roberta nasceu, no dia 5 de março de 1979.
Uma ex-funcionária afirmou que o médico Rubens Rodrigues Dantas (morto há dois anos) fez uma cirurgia abdominal em Vilma para "retirar gordura". Em seguida, uma pessoa com uma recém-nascida entrou no hospital.
O médico teria ensanguentado o bebê, para demonstrar que havia acabado de nascer, e chamado o fazendeiro Jamal Rassi, que Vilma alega ser pai de Roberta.
Em depoimento, Rassi, que nega a paternidade, disse que esteve na época em Itaguari, mas não viu bebê algum. O hospital não registrou nenhum nascimento no dia.
Já a ex-administradora do hospital Maria da Conceição Veira Filho afirmou que o bebê tinha um bracelete com o nome da mãe de Aparecida, Francisca Maria Ribeiro da Silva, 63, e o número dez, que corresponde ao quarto onde aconteceu o sequestro, no hospital de Maio, em Goiânia.
Apesar de dizer que só terá certeza do desfecho do caso com o exame de DNA, Francisca, viúva há 11 anos, já fala como se tivesse encontrado Aparecida. A dona-de-casa contou que uma cunhada falou com Roberta por telefone. A jovem, no entanto, teria dito que não queria "envolvimento com ninguém".
"No dia em que quiser saber de mim, a recebo de braços abertos. Mas já fico feliz em saber que ela está bem", afirmou Francisca, que tem outros três filhos.


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