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VIOLÊNCIA
Concurso de máscaras teve tiroteio e tumulto, que terminou com uma morte e ferimentos a bala em nove pessoas
Rio tem duas mortes em bailes populares
DANIELA MENDES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Duas pessoas morreram, nove
foram feridas a bala e uma criança
de dez anos foi pisoteada na madrugada de ontem em dois concursos tradicionais de fantasias de
Clóvis nos bairros de Marechal
Hermes e Bonsucesso (subúrbio
do Rio). Clóvis são personagens
mascarados que batem uma bola
no chão para assustar as pessoas.
Na praça Marechal Hermes, às
3h, nove pessoas foram baleadas,
e uma delas morreu. O cabo da
Polícia Militar Marco Antônio
Teixeira Gonçalves, 34, levou dois
tiros e morreu no hospital Carlos
Chagas, onde foi socorrido.
A mulher de Gonçalves, Dalva
7Maria dos Santos Ramalho, 31, e
Alexander Bezerra Mariano, 30,
atingido no abdômen, ainda estavam internados até ontem à tarde,
mas não corriam risco de morrer.
As outras vítimas foram liberadas
na manhã de ontem.
Investigadores da 30ª DP (Delegacia de Polícia) trabalham com
duas versões para o tiroteio na
praça Marechal Hermes.
Algumas testemunhas afirmam
que o cabo da PM tentou separar
uma briga fazendo um disparo de
revólver para o alto, provocando
o tiroteio e um grande tumulto na
praça onde acontecia o concurso.
Outra versão é de que um rapaz,
que estava armado, teria mexido
com a mulher do policial, também armado, embora estivesse à
paisana.
O responsável pelo setor de investigações da 30ª DP, Délio Teixeira, afirmou que a polícia ainda
não tem suspeitos. Segundo Teixeira, os concursos de Clóvis, habituais em quase todos os bairros
do subúrbio do Rio, são sempre
uma preocupação para a polícia,
em virtude dos constantes incidentes que ocorrem na época dessas festas.
"A rivalidade entre os grupos
que participam dos concursos é
muito grande. Toda vez que se
cruzam é um quebra-quebra",
afirmou.
Teixeira disse que é comum
membros das organizações criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando participarem dos
bailes de Clóvis, o que aumenta a
possibilidade de confusão.
Em Bonsucesso, José Leri Silvino, 17, morreu na hora após ser
baleado quando saía de outro baile de Clóvis. Um amigo de Silvino,
Fábio da Costa Maia, 16, foi atingido no abdômen e está internado
em estado grave no Hospital Geral de Bonsucesso.
Testemunhas afirmam que os
dois estavam na esquina das ruas
Bonsucesso e Teixeira de Castro
quando quatro homens, em um
carro vermelho, passaram atirando. Segundo policiais do 22º BPM
(Batalhão de Polícia Militar), as
duas vítimas eram moradoras do
morro do Adeus, em Ramos.
Policiais da 21ª DP investigam a
versão de testemunhas de que um
rapaz conhecido como Ronaldinho, do Morro do Amorim, em
Manguinhos, seja o mentor do
crime.
Policial
O cabo da PM (Polícia Militar)
Maurício de Oliveira, 37, morreu
baleado na madrugada de ontem
na favela Cruzada São Sebastião,
no Leblon (zona sul do Rio).
O comandante do 23º Batalhão
da PM (Leblon), tenente-coronel
Celso Lacerda Nogueira, informou que o cabo estava de folga.
Para Nogueira, o crime, que
ocorreu por volta da 1h, deve ter
sido presenciado por moradores
da favela. No entanto, disse ele,
ainda não foi possível localizar
nenhuma testemunha.
Oliveira morreu ao chegar ao
hospital Miguel Couto, na Gávea
(zona sul). Ele foi atingido no braço esquerdo, e a bala chegou até o
coração.
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