São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002

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URBANISMO

Local deve se tornar um centro cultural; projeto da prefeitura inclui ainda revitalização da praça d. José Gaspar

Biblioteca Mário de Andrade ganha reforma

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em iniciativa que mais uma vez procura revitalizar o centro histórico de São Paulo, a prefeitura está para desencadear uma operação que ampliará a Biblioteca Mário de Andrade e a transformará numa espécie de centro cultural e universidade livre. Reformará também a praça d. José Gaspar, a rua Xavier de Toledo e o entorno do Teatro Municipal.
São dois projetos separados, financiados com R$ 10 milhões do Orçamento paulistano. O primeiro deles, com a reforma das duas praças e do eixo que as interliga, é de responsabilidade da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização). Já está em licitação, deve começar entre maio e julho e ser concluído em dois meses.
O projeto que envolve a biblioteca, coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo escritório do arquiteto Fábio Penteado, está um pouco menos maduro. Será licitado em abril e ficará pronto em duas etapas: setembro e início do ano que vem.
A Biblioteca Mário de Andrade, instalada desde 1942 no edifício que hoje ocupa, passará por uma boa metamorfose. Terá sua área de armazenamento do acervo ampliada com três andares subterrâneos, numa espécie de extenso "bunker" enterrado ao lado da rua Bráulio Gomes.
Ganhará no subsolo do prédio principal um espaço para exposições e um segundo auditório.
Na parte de trás serão construídos três terraços de vidro e uma cafeteria. Na da frente, um terraço de vidro de 500 metros quadrados que dará para a rua da Consolação e ao qual se terá acesso pelas portas externas-hoje permanentemente fechadas- da atual sala de leitura do andar térreo.
O secretário de Cultura, Marco Aurélio Garcia, diz acreditar que a biblioteca voltará a cumprir a missão que era a sua nos anos 40: a de ponto de encontro. Para tanto, afirma, ela será a sede do Colégio de São Paulo, espécie de universidade aberta interligada por circuito de TV digital a cem outros locais públicos, para a transmissão de debates e conferências.

Público
Com seu acervo de 400 mil livros e 600 mil outros documentos (fotografias, mapas), a biblioteca atrai 900 usuários por dia. Com a ampliação de sua vocação, baseada sobretudo em redes de computadores e conexão com outros centros bibliográficos informatizados, ela deverá ser frequentada diariamente por 1.700 pessoas, diz Elisa Campos Machado, responsável pelas bibliotecas municipais em São Paulo.
Outra novidade: a Mário de Andrade se desliga da rede de bibliotecas públicas, passando a funcionar como departamento autônomo. Terá com isso orçamento próprio e possibilidade de ampliar, com o novo espaço, sua programação cultural.
Quanto à reforma da praça d. José Gaspar, Célia da Rocha Paes, arquiteta da Emurb, diz que o espaço será reaberto, e preservada a vegetação -cedros, figueiras, tamareiras, cerejeiras do mato- que havia no local quando ele era ocupado pelo palácio episcopal.
O "painel de piso" (aladrilhamento) foi projetado por Amélia Toledo. As pedras que o compõem seguem um modelo desenhado pelo artista plástico Flavio de Carvalho (1899-1973).



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