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URBANISMO
Local deve se tornar um centro cultural; projeto da prefeitura inclui ainda revitalização da praça d. José Gaspar
Biblioteca Mário de Andrade ganha reforma
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em iniciativa que mais uma vez
procura revitalizar o centro histórico de São Paulo, a prefeitura está
para desencadear uma operação
que ampliará a Biblioteca Mário
de Andrade e a transformará numa espécie de centro cultural e
universidade livre. Reformará
também a praça d. José Gaspar, a
rua Xavier de Toledo e o entorno
do Teatro Municipal.
São dois projetos separados, financiados com R$ 10 milhões do
Orçamento paulistano. O primeiro deles, com a reforma das duas
praças e do eixo que as interliga, é
de responsabilidade da Emurb
(Empresa Municipal de Urbanização). Já está em licitação, deve
começar entre maio e julho e ser
concluído em dois meses.
O projeto que envolve a biblioteca, coordenado pela Secretaria
Municipal de Cultura e pelo escritório do arquiteto Fábio Penteado, está um pouco menos maduro. Será licitado em abril e ficará
pronto em duas etapas: setembro
e início do ano que vem.
A Biblioteca Mário de Andrade,
instalada desde 1942 no edifício
que hoje ocupa, passará por uma
boa metamorfose. Terá sua área
de armazenamento do acervo
ampliada com três andares subterrâneos, numa espécie de extenso "bunker" enterrado ao lado da
rua Bráulio Gomes.
Ganhará no subsolo do prédio
principal um espaço para exposições e um segundo auditório.
Na parte de trás serão construídos três terraços de vidro e uma
cafeteria. Na da frente, um terraço
de vidro de 500 metros quadrados
que dará para a rua da Consolação e ao qual se terá acesso pelas
portas externas-hoje permanentemente fechadas- da atual
sala de leitura do andar térreo.
O secretário de Cultura, Marco
Aurélio Garcia, diz acreditar que a
biblioteca voltará a cumprir a
missão que era a sua nos anos 40:
a de ponto de encontro. Para tanto, afirma, ela será a sede do Colégio de São Paulo, espécie de universidade aberta interligada por
circuito de TV digital a cem outros locais públicos, para a transmissão de debates e conferências.
Público
Com seu acervo de 400 mil livros e 600 mil outros documentos
(fotografias, mapas), a biblioteca
atrai 900 usuários por dia. Com a
ampliação de sua vocação, baseada sobretudo em redes de computadores e conexão com outros
centros bibliográficos informatizados, ela deverá ser frequentada
diariamente por 1.700 pessoas, diz
Elisa Campos Machado, responsável pelas bibliotecas municipais
em São Paulo.
Outra novidade: a Mário de Andrade se desliga da rede de bibliotecas públicas, passando a funcionar como departamento autônomo. Terá com isso orçamento
próprio e possibilidade de ampliar, com o novo espaço, sua programação cultural.
Quanto à reforma da praça d.
José Gaspar, Célia da Rocha Paes,
arquiteta da Emurb, diz que o espaço será reaberto, e preservada a
vegetação -cedros, figueiras, tamareiras, cerejeiras do mato-
que havia no local quando ele era
ocupado pelo palácio episcopal.
O "painel de piso" (aladrilhamento) foi projetado por Amélia
Toledo. As pedras que o compõem seguem um modelo desenhado pelo artista plástico Flavio
de Carvalho (1899-1973).
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