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ADMINISTRAÇÃO
Prefeita diz ser contra proposta de restringir benefício a tamanho do imóvel atingido pela enchente
Marta descarta limite para isenção de IPTU
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
disse ontem que a isenção do
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para os atingidos pelas enchentes será para todos, independentemente do valor do
imposto e do tamanho dos danos.
A declaração desautoriza o líder
da prefeita na Câmara Municipal,
João Antonio (PT), que tinha afirmado que havia a intenção de estabelecer um limite de isenção para os maiores imóveis, que poderiam ter isenções acima do prejuízo causado pela chuva.
Ontem, questionado sobre a decisão de Marta, João Antonio afirmou: "Sou o líder da prefeita e
vou encaminhar aos vereadores a
opinião dela".
O projeto enviado por Marta,
que já foi aprovado em primeira
discussão no dia 17 de fevereiro,
não previa nenhum teto e, com a
ordem expressa da prefeita, não
deve mais ser modificado. A votação final estava programada para
ocorrer anteontem, mas não houve vereadores suficientes, porque
muitos "esticaram" o Carnaval.
Bobagem
A prefeita afirmou que a decisão
"foi motivada pela dor das pessoas", não pelo valor dos prejuízos. Para a petista, a idéia de um
teto para as isenções do imposto
"é uma bobagem".
Toda a discussão sobre o limite
à isenção de IPTU acabou deflagrada depois que foi revelado que
o valor pago pelo São Paulo Futebol Clube, um dos atingidos, é
muito maior que os prejuízos inicialmente calculados. O time paga
cerca de R$ 537 mil de IPTU, enquanto os danos, segundos contas
preliminares, não passavam de
R$ 350 mil. Com a isenção, deve
ter um grande ganho.
"Acho que todos que foram molestados, que sofreram com a
inundação, não devem pagar. Os
que têm mais e os que têm menos", disse Marta. "Os que têm
mais, a gente espera que eles tenham uma percepção -como o
clube [São Paulo]-, que possam
ser procurados inclusive pelas comunidades carentes. Ali no Morumbi não vivem só ricos", completou a prefeita.
Corrigir
A decisão de Marta também
contraria o que disse antes o novo
secretário das Subprefeituras,
Carlos Zarattini. No dia 13, ele defendeu que caberia à Câmara
"corrigir" possíveis distorções. "O
objetivo não é favorecer uma
grande propriedade, mas os milhares que sofreram com a inundação", afirmou então.
No auge do caos das enchentes,
a prefeita chegou a bater boca
com uma dentista, que reclamava
de ter de pagar o IPTU, mesmo
tendo seu consultório, no Jardim
Jussara (zona oeste), inundado.
"Eu pago imposto, R$ 5.000 de
imposto. E a senhora planta coqueiro lá no Itaim Bibi", disse, na
frente das câmeras de TV, a dentista Simone Correa. De bate-pronto, Marta respondeu, também no ar: "Onde as pessoas pagam R$ 20 mil de IPTU".
Dias depois, a prefeitura anunciou a isenção de IPTU para as
áreas atingidas pelas enchentes.
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