São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 1998

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Banespa é desocupado após tremores

Dado Junqueira/Folha Imagem
Fachada do prédio do Banespa, que foi desocupado ontem em São Paulo, após tremores


da Reportagem Local

Dois prédios do Banespa foram desocupados no final da tarde de ontem com suspeitas de problema na estrutura de um deles.
Por volta das 17h, foram sentidos vários tremores, principalmente nos andares superiores.
O problema ocorreu no prédio da rua João Brícola (centro de São Paulo).
De acordo com o gerente da área de engenharia do Banespa, Laércio Paulino Simões, 41, os tremores foram provocados por um problema na torre de ar-condicionado, que fica no 18º andar.
Uma das pás da hélice do aparelho quebrou, travando o motor. Em seguida, o equipamento automaticamente tentou voltar a funcionar, mas outra pá da hélice se quebrou. Isso acabou gerando um movimento desbalanceado da hélice, que se refletiu na estrutura do prédio, gerando os tremores.
Após o balanço, a equipe de segurança do prédio anunciou aos funcionários por meio de alto-falantes que o prédio deveria ser desocupado pelas escadas. Parte dos funcionários desceu e outra se dirigiu a um outro prédio do Banespa, que tem ligação interna com o que sofreu o impacto. Mas, em 30 minutos, os dois prédios acabaram sendo totalmente desocupados por medida de segurança.
Policiais do Corpo de Bombeiros também compareceram ao local, examinaram a torre e fizeram a mesma avaliação do gerente de engenharia do prédio. Segundo o tenente Roberto Lago, esse problema com aparelhos de ar condicionado é comum. O prédio não apresenta nenhum problema, segundo os bombeiros, e abrirá normalmente na segunda-feira.
Segundo depoimento dos funcionários do banco, ocorreram de três a seis tremores. Quem estava nos andares mais altos, teve sensação de maior impacto.
Segundo o operador de mercado Edvaldo Massoca, 39, não houve pânico. "As pessoas só ficaram apreensivas e todas saíram sem correria", disse.
"O problema é que agora está todo mundo sugestionado por causa do prédio do Rio. Qualquer coisa, a gente já pensa que pode ser algo grave", diz o engenheiro civil do Banespa Alex Oliveira Rocha Silva, 42. "Mas isso é bom. Deixa o pessoal em alerta."



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