São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 1998

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ELETRICIDADE
Redução do consumo de energia no país foi menor que nos anos anteriores, por causa do calor excessivo
Economia com horário de verão diminui

FERNANDO GODINHO
enviado especial a Minaçu (GO)

O horário de verão iniciado em 6 de outubro do ano passado proporcionou economia de energia inferior à dos anos anteriores.
Dados preliminares do Ministério de Minas e Energia divulgados ontem pelo ministro Raimundo Brito indicam que a redução na demanda foi de 3,8% (contra 4% dos anos anteriores, em média).
O cálculo final ficará pronto duas semanas após o término do horário de verão, que termina à meia-noite de hoje.
Após esse horário, os relógios terão que ser atrasados uma hora.
A economia deste ano foi menor porque o consumo de energia durante a vigência da medida foi maior que a verificada nos anos anteriores.
As altas temperaturas verificadas durante o verão, principalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro, provocaram um grande consumo de energia.
A Eletrobrás, holding federal do setor elétrico, calcula que a economia gerada pelo horário de verão representa o gasto de 2,5 milhões de consumidores médios no período -o que equivale a todo o Estado de Goiás ou uma vez e meia a cidade de Brasília.
Segundo dados do ministério, os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo obtiveram o menor percentual de redução no consumo de energia durante o horário especial: 2,8%.
O maior percentual foi registrado em Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso: 5,6%. Em São Paulo, a redução foi de 4,4%.
O horário especial vigora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal e dos Estados da Bahia e do Tocantins.
Tanto o ministro Raimundo Brito como diretores da Eletrobrás descartaram a possibilidade de ocorrer racionamento de energia após o fim do horário de verão.
Os reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras estão com 77% de sua capacidade, sendo que o período chuvoso dura cerca de mais dois meses.
Com isso, os reservatórios deverão atingir 86% da capacidade, o que afastaria qualquer risco de blecaute no país.
"Com o fim do horário de verão, a folga do sistema será menor. Mas será suficiente para que ele seja operado com segurança", afirmou o diretor de Operações da Eletrobrás, Mário Santos.

Foi de 3,8
por cento a redução de demanda por energia elétrica no país com a adoção do horário de verão, na temporada 97/98



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