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ADMINISTRAÇÃO
Projeto que reajusta em até 41,65% salário de cargo de confiança é rejeitado por 18 dos 35 vereadores governistas
Aumento de alto escalão racha base de Marta
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto que aumenta o salário
dos altos cargos de confiança da
prefeita Marta Suplicy (PT) provocou ontem um racha na base
governista na Câmara Municipal
e na própria bancada petista.
Pelo menos 18 dos cerca de 35
vereadores da situação ameaçaram se retirar da sessão ou votar
contra o projeto. Sem saída, o governo cancelou a segunda e última votação do projeto que aumenta em até 41,65% o salário de
secretários, administradores regionais e outros altos cargos.
Na quinta-feira, quando a proposta foi aprovada em primeira
votação, por 31 votos contra 23, os
governistas Cláudio Fonseca (PC
do B) e Beto Custódio (PT) já tinham votado contra.
Na sessão de ontem foi a vez do
"grupo dos novos" -membros
de partidos pequenos que estão
na primeira legislatura-, vereadores da "tropa de choque" do ex-prefeito Celso Pitta (PTN) e mais
dois petistas se posicionarem
contra o projeto. Com o racha, o
governo não teria os 28 votos para
garantir a aprovação da proposta.
Eliseu Gabriel (PDT), que também integra o grupo de situacionistas descontentes apesar de ser
vice-líder do governo, confirmou
que nove membros do "grupo
dos novos" e outros cinco vereadores também votariam contra o
projeto. Esses seriam do PMDB,
do PTB e do PL, partidos que também deram sustentação a Pitta.
A Executiva municipal do PT se
reuniu na bancada anteontem para fazer com que a bancada votasse unida a favor do projeto. Em
nota oficial, a Executiva disse que
"considera que a relação entre a
bancada de vereadores, a direção
do partido e o governo municipal
precisa ser aperfeiçoada, com o
objetivo de torná-la mais produtiva e equilibrada".
A estratégia não deu certo. Custódio confirmou que iria votar
contra pela segunda vez e outros
dois vereadores petistas ameaçavam segui-lo.
Os governistas cobram de Marta o desgaste político com o projeto. "O desgaste e a pressão do funcionalismo é muito grande", afirmou Eliseu Gabriel.
Mas vereadores da oposição
afirmam que parte dos governistas aproveitou o episódio para cobrar "privilégios". Entre eles, cargos na administração que teriam
sido prometidos e não entregues.
"A base quer um pouco mais,
mas não que seja cargo. O pessoal
quer ser bem atendido. Quer ter
facilidade para encaminhar o pedido do eleitor à prefeitura", disse
Eliseu Gabriel.
O líder do governo, José Mentor
(PT), afirmou que não houve votação porque membros da base
governista e da própria bancada
petista lhe encaminharam "considerações". "Pergunte aos líderes",
disse Mentor, ao ser questionado
sobre essas "considerações".
O líder do governo afirmou desconhecer pedidos de "melhor tratamento" por parte da base governista na Câmara. Mentor disse
que não sabe quando vai colocar o
projeto em votação novamente.
Ontem, vereadores da oposição
organizaram uma encenação em
frente à Câmara, usando atores de
teatro amador, contra o projeto
de aumento dos secretários.
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