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Estudo descobre nove municípios "sem nada"
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA
O retrato do saneamento no
Brasil apontou uma curiosidade
encontrada em nove municípios
brasileiros. Neles, não há nenhum
serviço de abastecimento de água,
coleta de esgoto ou de lixo.
Todas são cidades com menos
de 10 mil habitantes, com exceção
de Nova Esperança do Piriá, no
Pará, que tem 18.893, de acordo
com o Censo 2000 do IBGE.
Cinco desses municípios se encontram no Maranhão, um no
Pará, um em Rondônia, um em
Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul.
No caso da água, a principal solução encontrada pelos municípios sem abastecimento são os
poços particulares, como acontece em Nova Esperança do Piriá
(PA), ou chafarizes, bicas e minas,
como acontece em Cachoeira
Grande (MA). Nesse caso, a população ainda precisa se deslocar
de sua casa para coletar a água e
transportá-la para suas casas.
Além desses municípios, os outros sete que compõem a lista dos
"sem-nada" são Vale do Anari
(RO), Amapá do Maranhão
(MA), Fernando Falcão (MA),
Junco do Maranhão (MA), Santo
Amaro do Maranhão (MA), Santa
Terezinha do Progresso (SC) e
Monte Alegre dos Campos (RS).
No município de Ulianópolis
(PA), também foi acusada a inexistência de serviços de saneamento pela Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico do IBGE. Mas
como os dados do Censo 2000
mostram um grande número de
domicílios na cidade onde havia
rede de abastecimento de água e
lixo, os técnicos do instituto preferiram não incluí-lo na lista dos
"sem-nada".
Cidades
A maioria dos habitantes de Nova Esperança do Piriá, que faz divisa com o Estado do Maranhão,
utiliza a água do rio Piriá para beber, tomar banho e lavar a roupa.
Outro meio de abastecimento são
os poços artesianos.
"Mesmo com a água amarelada,
a gente toma porque tem ferro e
faz bem para a saúde", disse a moradora Alice Almeida Ribeiro. Ela
conta que seus dois filhos já tiveram esquistossomose e diarréias.
A Prefeitura de Santa Terezinha
do Progresso (SC) informou que
não procede a informação de que
nenhum domicílio conta com coleta de lixo. O secretário de Administração, Ademir Antonio Detofol, afirmou que todas as 129 casas
da localidade têm serviço de recolhimento de lixo, que é feito duas
vezes por semana, e água encanada. Dos 3.416 habitantes de Santa
Terezinha do Progresso, 87% vivem na área rural. Não há planos
para a instalação de uma rede de
esgoto.
No Maranhão, a pior situação é
a da cidade de Amapá do Maranhão, localizada no noroeste do
Estado, próximo à divisa com o
Pará. Lá, nenhum dos 1.066 domicílios têm sistema de esgoto (saneamento básico). E apenas 11 residências usufruem de coleta de
lixo e água tratada. De acordo
com o Censo 2000, a cidade tem
5.431 habitantes.
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