São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 2002

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22,4% das cidades do país sofrem inundações

DA SUCURSAL DO RIO

As enchentes e inundações são cenas comuns no cotidiano de quase um quarto dos municípios brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, 22,4% das cidades do Brasil apresentaram esse tipo de problema em 1999 e em 2000.
O problema é mais grave na região Sudeste, onde 32% dos municípios sofrem enchentes com regularidade, e Sul (30,7%). Entre os Estados, o Rio de Janeiro é o que tem o maior número de cidades afetadas (63,7%), seguido por Santa Catarina (45%), São Paulo (40,6%) e Espírito Santo (37,6%).
A principal causa, segundo o IBGE, é a obstrução de bueiros, indicada por 51% das companhias e prefeituras pesquisadas como a vilã das enchentes. Problemas na execução de obras de drenagem (27,4%) e obras inadequadas (27,9%) também foram citados, além do crescimento populacional desordenado, lembrado por 31,6% dos entrevistados.
A obstrução de bueiros é causada principalmente pelo lixo que é jogado em vias públicas e carregado pela água das chuvas.
Os serviços de drenagem urbana, essenciais para diminuir o problema, foram encontrados em 78,5% dos municípios brasileiros, mas o IBGE não diz se a qualidade do serviço é satisfatória ou não.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, onde as enchentes costumam provocar caos e trazer prejuízos a milhares de pessoas todos os verões, a rede de drenagem é considerada inadequada porque não se adaptou ao crescimento do município e à impermeabilização do solo, que faz a água escoar mais rápido.
Como muitas galerias pluviais são antigas, com mais de 30 anos de idade, elas têm o diâmetro muito pequeno (muitos deles medem o mesmo que o diâmetro de uma garrafa de refrigerante de dois litros), o que as torna incapazes de dar vazão à água e mais vulneráveis a entupimentos.
A rede de drenagem utilizada na maioria das cidades (81,8%) é a separadora, que transporta apenas água das chuvas. No Estado do Rio de Janeiro, porém, a rede unitária, por onde são transportados esgoto e água da chuva ao mesmo tempo, é mais utilizada.
No Rio, 158 distritos utilizam a rede unitária para despejar esgoto, contra 107 que utilizam a separadora. A utilização da rede unitária não é a mais adequada porque, quando ocorrem as inundações e enchentes, parte do esgoto sobe dos sistemas de drenagem junto com a água acumulada.


Colaborou a Reportagem Local

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