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22,4% das cidades do país sofrem inundações
DA SUCURSAL DO RIO
As enchentes e inundações são
cenas comuns no cotidiano de
quase um quarto dos municípios
brasileiros. Segundo a Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico
do IBGE, 22,4% das cidades do
Brasil apresentaram esse tipo de
problema em 1999 e em 2000.
O problema é mais grave na região Sudeste, onde 32% dos municípios sofrem enchentes com
regularidade, e Sul (30,7%). Entre
os Estados, o Rio de Janeiro é o
que tem o maior número de cidades afetadas (63,7%), seguido por
Santa Catarina (45%), São Paulo
(40,6%) e Espírito Santo (37,6%).
A principal causa, segundo o IBGE, é a obstrução de bueiros, indicada por 51% das companhias e
prefeituras pesquisadas como a
vilã das enchentes. Problemas na
execução de obras de drenagem
(27,4%) e obras inadequadas
(27,9%) também foram citados,
além do crescimento populacional desordenado, lembrado por
31,6% dos entrevistados.
A obstrução de bueiros é causada principalmente pelo lixo que é
jogado em vias públicas e carregado pela água das chuvas.
Os serviços de drenagem urbana, essenciais para diminuir o
problema, foram encontrados em
78,5% dos municípios brasileiros,
mas o IBGE não diz se a qualidade
do serviço é satisfatória ou não.
Na cidade de São Paulo, por
exemplo, onde as enchentes costumam provocar caos e trazer
prejuízos a milhares de pessoas
todos os verões, a rede de drenagem é considerada inadequada
porque não se adaptou ao crescimento do município e à impermeabilização do solo, que faz a
água escoar mais rápido.
Como muitas galerias pluviais
são antigas, com mais de 30 anos
de idade, elas têm o diâmetro
muito pequeno (muitos deles medem o mesmo que o diâmetro de
uma garrafa de refrigerante de
dois litros), o que as torna incapazes de dar vazão à água e mais vulneráveis a entupimentos.
A rede de drenagem utilizada na
maioria das cidades (81,8%) é a
separadora, que transporta apenas água das chuvas. No Estado
do Rio de Janeiro, porém, a rede
unitária, por onde são transportados esgoto e água da chuva ao
mesmo tempo, é mais utilizada.
No Rio, 158 distritos utilizam a
rede unitária para despejar esgoto, contra 107 que utilizam a separadora. A utilização da rede unitária não é a mais adequada porque,
quando ocorrem as inundações e
enchentes, parte do esgoto sobe
dos sistemas de drenagem junto
com a água acumulada.
Colaborou a Reportagem Local
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