São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 2002

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SEGURANÇA

Cinco dos detidos eram foragidos da Justiça; nove regiões de São Paulo foram ocupadas, e houve a apreensão de 22 armas

Megablitz com 1.540 policiais prende 23

DA REPORTAGEM LOCAL

Nove regiões de São Paulo amanheceram ontem ocupadas por 1.540 policiais, em uma megablitz apelidada pela Secretaria da Segurança de ""operação-auditoria" -por causa do confronto de dados virtuais com a realidade.
O nome vem do fato de os locais terem sido escolhidos pelo sistema informatizado de dados criminais e porque a ação tenta verificar se há risco real neles.
"As operações são direcionadas, até para reformar os indicadores que temos. O único jeito de testar é auditar", diz o secretário da pasta, Saulo de Castro Abreu Filho.
Em nove horas de blitze, das 6h às 15h de ontem, foram abordadas 7.500 pessoas, mas apenas 23 foram presas -cinco foragidos da Justiça e 18 em flagrante.
""Não se busca resultado. Temos de trabalhar todo dia", afirma o secretário, sobre a dimensão da operação e o resultado obtido.
É a segunda operação desse porte este mês. No dia 8, 1.200 policiais civis ocuparam a favela Pantanal, na zona norte. Dessa região saíram os assassinos do prefeito Celso Daniel.
Agora os policiais apreenderam 22 armas, entre elas três fuzis, além de granadas (veja quadro).
Na blitz, F.N.N., 17, conhecido como Binho, foi detido pela PM, suspeito de participar do sequestro de Celso Daniel. Ele, que é cunhado de Itamar Messias dos Santos, preso por pertencer à quadrilha de sequestradores, prestou depoimento e foi liberado.
As equipes atuaram nas maiores favelas da capital e nos bolsões da divisa com Osasco, Diadema, Mauá e Guarulhos, na Grande SP. Não houve troca de tiros durante as blitze. A Justiça concedeu um mandado de busca e apreensão coletivo para as áreas-alvo.
Horas antes de a megaoperação começar, homens do COE (Comando de Operações Especiais) prenderam na zona norte cinco homens com armas -um fuzil e uma pistola- e mapas do presídio José Parada Neto de Guarulhos, o mesmo de onde presos escaparam de helicóptero no início do ano. Para a polícia, o grupo tentaria resgatar presos. Três deles eram condenados procurados: José Augusto da Rocha Ferreira, 35, Claudionor Silva de Brito, 24, e Renato da Silva Oliveira, 26.

Equipamentos
Ontem, o secretário da Segurança Pública e o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Marco Antonio Desgualdo, participaram da entrega de 560 armas para a polícia. O investimento foi de cerca de R$ 1,8 milhão, segundo relatório da secretaria, fora a munição (R$ 1,6 milhão).


Colaborou o Agora

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