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VIOLÊNCIA
Edna Milani, 20, que teria ajudado a matar cinco da família do namorado, levou cerca de 150 pontos na cabeça
Acusados de chacina são espancados
MARCELO TOLEDO
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A dona-de-casa Edna Emília
Milani, 20, e o pintor desempregado Carlos Fabiano Faccion, 24,
os dois principais acusados de
matar cinco pessoas da mesma família em Batatais (353 km de São
Paulo) anteontem, foram espancados ontem por outros presos
nas cadeias para onde foram levados. O caso mais grave foi o de Edna, que está internada.
Segundo a polícia, na madrugada de anteontem, os dois, em
companhia do adolescente
C.R.S.D., 13, mataram a golpes de
barra de ferro e a facadas o pai, a
mãe e três irmãos de Faccion.
Duas crianças (um irmão e uma
sobrinha de Faccion) continuavam internadas, até ontem à noite, em estado grave.
Mesmo detida em uma cela isolada, Edna foi espancada por um
grupo de pelo menos 20 presas da
Cadeia Pública de Altinópolis. O
grupo teria aproveitado a saída
para o banho de sol, por volta das
8h, para quebrar os cadeados da
cela de Edna.
Elas colocaram roupas nos varais para que a visão dos dois carcereiros ficasse encoberta e, após
quebrarem os cadeados, tiraram
Edna da cela. Segundo a polícia,
ela recebeu cerca de 150 pontos na
cabeça, fraturou o crânio, quebrou o nariz e teve afundamento
de um osso da face.
Para espancar Edna, as detentas
usaram pedras, pedaços de madeira e barras de ferro da tubulação de água. Após ser levada a um
hospital da cidade, Edna foi encaminhada à Unidade de Emergência do HC de Ribeirão. Ela não
corria risco de morte.
O diretor da cadeia, César Augusto de França, nega ter sido negligente. "Se eu tivesse sido negligente, ela não estaria isolada."
Faccion foi agredido na Cadeia
Guanabara, de Franca. Ele, no entanto, não recebeu atendimento
médico e foi mantido na mesma
cela em que sofreu a agressão.
Segundo a Folha apurou, Faccion foi agredido durante a noite
por outros presos, logo após ter
sido colocado na cela. O detento
não teria informado ao diretor o
ocorrido temendo novas agressões. A direção da cadeia de Franca alega desconhecer a agressão.
Faccion e Edna devem ser transferidos para outras cadeias, por
questão de segurança.
Para Fernando César Faccion,
irmão de Carlos Fabiano, os acusados nunca serão perdoados. "Se
não morrerem na cadeia, vão sofrer aqui fora porque nem eu nem
ninguém vai perdoá-los por isso."
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