São Paulo, sexta, 28 de março de 1997.

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ALCOOLISMO
Pelo menos 6.000 pessoas vão festejar os 50 anos no Brasil
Alcoólicos Anônimos reúne 17 países em comemoração no Rio

da Sucursal do Rio

Problemas relacionados ao alcoolismo e formas de superá-los a partir da troca de experiências entre as pessoas serão debatidos na convenção que, hoje e amanhã, comemora os 50 anos do grupo AA (Alcoólicos Anônimos) no Brasil.
Para os dois dias de discussões, no Riocentro, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), são esperados de 6.000 a 8.000 participantes -incluindo representantes de grupos de AA de 17 países, como os EUA, Itália, Cuba e Argentina.
Hoje e amanhã, das 20h às 22h, no Maracanãzinho, haverá corais e desfile de bandeiras.
Uma das exposições centrais da convenção no Riocentro ocorrerá na abertura, com a apresentação dos ``12 passos em direção à paz'', que constituem o fundamento do trabalho do AA em todo o mundo.
Trata-se de um conjunto de princípios que norteia as atividades de seus integrantes na busca da libertação do vício do álcool. Para o AA, o alcoolismo não tem cura, mas pode ser controlado.
Um dos organizadores da convenção, Fernando P., diz que o primeiro grande passo para esse controle é a aceitação do viciado de sua impotência perante o álcool.
``Admitir que o álcool faz mal não é difícil. O difícil é aceitar que no alcoolismo perdemos o domínio de nossas vidas'', afirma Fernando, que integra o AA desde 1º de outubro de 1985.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o alcoolismo é uma doença incurável, mas controlável, a partir do momento em que o alcoólatra tenha consciência de sua impotência frente ao problema -e queira ser ajudado.
A OMS avalia que 10% da população mundial toma bebidas alcoólicas em excesso. Destes, 8% são considerados alcoólatras. Segundo o AA, para o controle do vício é importante a aceitação da idéia de que não se pode beber mais. Nem socialmente.
``Nós sugerimos que as pessoas evitem o primeiro gole. Ele é que desencadeia no alcoólico a compulsão para beber'', diz Fernando.
A troca de experiências entre pessoas com problemas semelhantes é considerada fundamental para o controle do vício. ``Aí nasceu o princípio da ajuda mútua, em que ninguém tenta superar o outro'', diz Fernando.
Nascido nos EUA, em 1935, o AA possui grupos em 146 países, reunindo cerca de 2 milhões de integrantes. No Brasil, são 650 grupos registrados, com 75 mil membros. Só no Estado do Rio, o AA conta com cerca de 9.000 pessoas.

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