São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ADMINISTRAÇÃO

Medida vale para estabelecimentos que abriram após terem sido lacrados devido a barulho ou horário de funcionamento

Prefeitura emparedará 120 bares irregulares

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo começou a bloquear, com cimento e blocos de concreto, a entrada dos bares que voltaram a funcionar mesmo após lacrados pela fiscalização. Seis bares foram "emparedados" entre terça-feira e o início da noite de ontem. A lista tem, no total, 120 estabelecimentos.
O emparedamento, diz a prefeitura, é a última medida para impedir a operação de bares que desrespeitam as leis, como a do silêncio, que trata da poluição sonora, e a que permite que apenas bares com estacionamento próprio e aparato de acústica funcionem após a 1h.
"O problema é que a prefeitura notifica, multa, depois dá a segunda multa, interdita e eles [proprietários dos bares] ainda quebram o lacre e voltam a funcionar", afirmou o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo. "É um absurdo." As multas variam de R$ 24.195 a R$ 32.376.
A relação contém bares de todas as regiões -alguns tradicionais, como o Ibutirama, na rua Augusta. Há incorreções, entretanto, na listagem: a Folha encontrou oito bares com o mesmo endereço.
O primeiro a ser fechado foi um bar na avenida Vereador José Diniz. Anteontem, mais quatro -três na região da Sé e um em Pinheiros. Ao chegar ao bar, a fiscalização informa sobre a lacração, pede que o proprietário desligue a música e dispense os clientes.
Parte dos bares emparedados tem perfil simples, com pintura precária e letreiros improvisados ou velhos. Um deles, na rua Augusta, por exemplo, funcionava anexo a um estacionamento.
Questionado sobre a ausência de bares chiques, Matarazzo reagiu: "É exatamente o contrário. Há bares sofisticados. Uma boa parte está em Moema, Vila Madalena, Vila Olímpia e Tatuapé."
Entre os botecos-chique estava o Favela, na Vila Olímpia, que seria emparedado ontem à noite. Segundo os proprietários, o bar não funcionava desde a Semana Santa e o lacre foi rompido apenas para a retirada de alimentos perecíveis. Matarazzo disse que a educação dos proprietários foi determinante para não fechar o bar.
Anteontem, o Bazzi, no Itaim Bibi, recebeu uma lacração simples. O bar fora lacrado pela fiscalização anteriormente com a condição de implantar isolamento acústico, mas, embora tenha atendido à exigência, reabriu sem avisar a prefeitura. O responsável pelo bar, Bachar Bazzi, disse que cumpriria as determinações.
Para Luiz Aurélio da Cunha, vizinho do bar, é pouco: "De um tempo para cá deu a impressão de ter melhorado, mas o som está começando a ficar alto novamente."


(Colaborou VICTOR RAMOS, da Redação)
Veja a lista completa de bares


Texto Anterior:
Foi o 1º acidente em 30 anos, diz Eletropaulo
Próximo Texto: Para OAB, lacrar com blocos é medida ilegal
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.