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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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Indicação de juiz foi feita pela OAB

DA REPORTAGEM LOCAL

Argemiro Gomes, 72, que em 1997 recebeu "empréstimo" de R$ 30 mil do sindicalista José Carlos de Sena, 55, tornou-se juiz do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo em 1992, ocupando uma vaga de indicação da Ordem dos Advogados do Brasil.
Segundo a assessoria de imprensa do TRT, além dos juízes que são funcionários de carreira e que prestaram concurso, há vagas no tribunal ocupadas por indicações da OAB e do Ministério Público do Trabalho.
A data de aposentadoria de Gomes é 28 de novembro de 2001 -e não início de 2002, como informara a assessoria. Na época, ele era vice-presidente judicial do TRT, responsável por dissídios trabalhistas.
Jorge Eluf Neto, presidente da comissão de ética da OAB, afirmou ontem que Gomes foi indicado porque nunca houve nada contra a reputação dele. "Até onde eu tenho conhecimento, o juiz Argemiro Gomes é um homem de extrema idoneidade, nunca teve nada contra sua reputação, e, por isso mesmo, foi indicado pela OAB para o cargo."
O fato de um juiz trabalhista receber "empréstimo" de um sindicalista, porém, foi criticado por Eluf Neto. "Um juiz tem que se preservar e não manter relações pessoais ou de negócios com entidades ou pessoas que ele possa julgar no futuro. É uma medida de proteção para evitar esse tipo de relacionamento promíscuo."
A Assessoria de Comunicação Social do TRT enviou nota ontem para esclarecer que já havia iniciado desde anteontem, a pedido da Folha, uma pesquisa "manual nos milhares de processos julgados" pelo tribunal de 1992 a 1999 para esclarecer dúvidas da reportagem sobre a atuação de Gomes. Os registros só foram informatizados a partir de 2000. (AI, SI E CG)


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