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Indicação de juiz foi feita pela OAB
DA REPORTAGEM LOCAL
Argemiro Gomes, 72, que em
1997 recebeu "empréstimo" de R$
30 mil do sindicalista José Carlos
de Sena, 55, tornou-se juiz do
TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo em 1992, ocupando uma vaga de indicação da
Ordem dos Advogados do Brasil.
Segundo a assessoria de imprensa do TRT, além dos juízes
que são funcionários de carreira e
que prestaram concurso, há vagas
no tribunal ocupadas por indicações da OAB e do Ministério Público do Trabalho.
A data de aposentadoria de Gomes é 28 de novembro de 2001
-e não início de 2002, como informara a assessoria. Na época,
ele era vice-presidente judicial do
TRT, responsável por dissídios
trabalhistas.
Jorge Eluf Neto, presidente da
comissão de ética da OAB, afirmou ontem que Gomes foi indicado porque nunca houve nada
contra a reputação dele. "Até onde eu tenho conhecimento, o juiz
Argemiro Gomes é um homem
de extrema idoneidade, nunca teve nada contra sua reputação, e,
por isso mesmo, foi indicado pela
OAB para o cargo."
O fato de um juiz trabalhista receber "empréstimo" de um sindicalista, porém, foi criticado por
Eluf Neto. "Um juiz tem que se
preservar e não manter relações
pessoais ou de negócios com entidades ou pessoas que ele possa
julgar no futuro. É uma medida
de proteção para evitar esse tipo
de relacionamento promíscuo."
A Assessoria de Comunicação
Social do TRT enviou nota ontem
para esclarecer que já havia iniciado desde anteontem, a pedido da
Folha, uma pesquisa "manual
nos milhares de processos julgados" pelo tribunal de 1992 a 1999
para esclarecer dúvidas da reportagem sobre a atuação de Gomes.
Os registros só foram informatizados a partir de 2000.
(AI, SI E CG)
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