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URBANISMO
Restaurante da V. Madalena está instalado em zona residencial
Prefeitura deve fechar Capim Santo
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
O restaurante Capim Santo, na
Vila Madalena (zona oeste de São
Paulo), deve ser lacrado pela prefeitura ainda nesta semana. O estabelecimento foi considerado irregular por funcionar em uma região que, de acordo com a Lei de Zoneamento, deveria ser de uso predominantemente residencial.
A rua Arapiraca, onde está localizado o restaurante, é do tipo Z9,
no qual só é permitido comércio
eventual, como farmácias. Para
poder funcionar, o Capim Santo
possuía alvará de lanchonete.
Procurados pela Folha desde a
quinta-feira passada, os proprietários do Capim Santo não responderam aos telefonemas.
A decisão representa uma vitória para moradores da região. No
ano passado, eles enviaram um
ofício à Subprefeitura de Pinheiros e ao Ministério Público denunciando estabelecimentos supostamente irregulares, o que
motivou um processo na Promotoria de Habitação e Urbanismo.
"A área virou um estacionamento. A gente nem consegue
passar nas calçadas. É um movimento insuportável", afirma a
psicóloga Monika von Koss, 56,
que mora na rua Arapiraca.
Mas a lacração não significa o
fim do problema dos moradores.
Pelo menos outro estabelecimento, o restaurante japonês Zeni, localizado na mesma região, já foi
lacrado pela subprefeitura e, mesmo assim, continua funcionando.
O proprietário do Zeni, Jean Albert Queiroz de Amorim, 28, confirma possuir um alvará de lanchonete, mas nega que o Zeni
cause distúrbios para a vizinhança pelo fato de ser um restaurante.
"Eu não saberia dizer qual é a
diferença de uma lanchonete para
o que eu tenho. Comporto 50 pessoas. O cliente entra, senta, come
e sai. Eu acho melhor ter isso aqui
hoje do que me fecharem e eu colocar um boteco para sair gente
bêbada fazendo algazarra na rua."
Amorim afirma que entrou
com um pedido de desinterdição
na Subprefeitura de Pinheiros e
está aguardando a resposta. Ele
deve pagar uma multa mensal de
R$ 130 enquanto permanecer em
situação irregular.
De acordo com o promotor
Carlos Alberto Amim Júnior, caso
o Capim Santo continue funcionando 20 dias após o pedido de lacração, feito pelo Ministério Público na última quarta-feira, a
Subprefeitura de Pinheiros deve
providenciar a requisição de um
inquérito policial, encaminhar o
caso ao setor jurídico da prefeitura e aplicar uma multa mensal.
"Infelizmente, a nossa ação vai
até o inquérito policial e as multas, que são irrisórias. Nós não temos outro poder", afirma Bia Pardi, subprefeita de Pinheiros.
Além do Capim Santo e do Zeni,
outros três estabelecimentos funcionam no trecho formado pelas
ruas Arapiraca e Delfina e a praça
João Francisco Lisboa. O restaurante Astor, cuja situação está
sendo estudada pela subprefeitura, o bar Public e o bar Magenta,
inaugurado no dia 14 deste mês.
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