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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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URBANISMO

No Florêncio de Abreu (centro), faltam calçada e pavimentação, camelôs ocupam lateral e fiação está a céu aberto

Em estado crítico, viaduto espera restauro

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Viaduto Florêncio de Abreu, onde camelôs usam tablados para equilibrar barracas onde falta asfalto


FERNANDO BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

O estado de abandono do viaduto Florêncio de Abreu, construído em 1936 no centro de São Paulo, é flagrante. O restauro, porém, depende do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), que tombou a via. Só então poderá ser feita a licitação da obra, a cargo da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana (Siurb).
Quem passa pelo local sente o cheiro de urina enquanto desvia de camelôs, buracos e fios da rede elétrica, que está a céu aberto.
O viaduto tem 17,3 m de extensão e 14,5 m de largura, fica próximo ao largo de São Bento e ao Mercado Municipal e é um dos 137 de São Paulo. Segundo a prefeitura, dez viadutos estão em recuperação estrutural e outra dezena, em processo de licitação para recuperação até o fim de 2004.
Das obras iniciadas na gestão anterior, estão concluídas as dos viadutos Grande São Paulo, Aricanduva e 31 de Março; a do viaduto 25 de Março continua.
Comerciantes da região reclamam da demora no início das obras do viaduto, que passa sobre a rua Carlos de Souza Nazaré.
Na parte superior, os camelôs colocaram tablados de madeira no piso, cuja pavimentação foi removida em alguns pontos, para nivelar as barracas. Os pedestres têm de andar no meio da rua.
Na parte de baixo, na rua Carlos de Souza Nazaré, como a altura do viaduto é de 3,80 m (o Código de Trânsito Brasileiro prevê no mínimo 4,40 m), parte da viga metálica foi destruída, provavelmente após um caminhão atingir a estrutura. O único acesso do viaduto para a rua é por uma estreita escada lateral, cujo piso se encontra também em estado precário.
O Conpresp, que se reúne a cada 15 dias, estava sem presidente até o último dia 17, quando José Geraldo Simões Jr. foi eleito. A próxima reunião está marcada para terça, mas não se sabe quando o restauro será incluído na pauta.
Segundo o arquiteto José Roberto Pinheiro, 53, do DPH (Departamento do Patrimônio Histórico), o projeto da Siurb foi aprovado pelas duas comissões técnicas do conselho.
Para Pinheiro, a obra pode voltar a ser apreciada após retomar a forma européia original. A técnica empregada foi a de estrutura metálica de rebites ou parafusada, bem artesanal, hoje pouco usada.
Um acordo entre o DPH e a Siurb removeu uma única divergência no projeto, que previa a não-reinstalação de frisos -desenho em baixo relevo- nas laterais para diminuir o peso do viaduto. O DPH abriu mão de apenas um deles, feito de argamassa.


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