São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Megacampanha quer vacinar homens jovens contra rubéola

Vacinação começa em agosto; focos são os homens entre 20 e 39 anos, que respondem pela maior parte dos casos no país

Embora já tenham sido imunizadas em 2001, mulheres nessa faixa etária também serão vacinadas; meta é vacinar 61,8 milhões

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Todos os homens e mulheres entre 20 e 39 anos serão orientados a receber a vacina contra a rubéola em agosto próximo, independentemente de já terem tido a doença ou sido vacinados no passado.
A estratégia do Ministério da Saúde é vacinar 61,8 milhões de pessoas nesta faixa etária. O foco maior são os homens jovens, que têm respondido pela maioria dos casos da doença no país.
No Estado de São Paulo, por exemplo, os homens entre 20 e 29 anos responderam por 50,5% dos 1.659 casos de rubéola registrados em 2007 -contra 66 em 2006. Foi o maior número de casos da doença no Estado desde 2000, quando houve um total de 2.566 registros.
Causada por um vírus, a rubéola é mais comum na infância, mas também atinge adultos e é especialmente perigosa em grávidas- pode causar malformação do feto. Tem como principais características o aparecimento de urticárias na pele e de ínguas ou caroços.
Segundo Helena Sato, diretora de imunizações da Secretaria de Estado da Saúde, a rubéola está avançando entre os homens porque a maioria das mulheres já foi imunizada em campanhas anteriores, especialmente na de 2001.
"O grande desafio será trazermos os homens para os postos de saúde. Para isso, contamos com o apoio das mulheres. Tragam seus maridos, namorados, irmãos, primos", orienta Helena Sato.
A médica explica que os homens contaminados pela rubéola podem transmitir o vírus para mulheres em idade gestacional, o que representa um grave perigo. Em 2007, o Estado registrou dez casos de rubéola congênita.
O início da campanha, dia 9 de agosto, será concomitante à segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite. "A idéia é aproveitar que os pais vão levar os filhos para receber as "gotinhas" e vaciná-los também", diz Sato.
De janeiro a maio deste ano, houve 329 casos de rubéola no Estado, das quais 210 em homens. "É um número menor do que o mesmo período do ano passado, mas é porque a doença é sazonal. Se não fizermos nenhuma ação, o vírus volta."
A médica afirma que a campanha será indiscriminada porque existe uma parcela de homens e mulheres não vacinados que formam uma população suscetível à doença. Segundo ela, não há riscos na revacinação de pessoas que já foram imunizadas anteriormente.
"Não importa se a mãe falou que já teve a rubéola na infância. Independentemente disso ou a dose recebida no passado, tem que vacinar. Se a gente abrir uma brechinha, aí é que os homens não aparecem", diz.
Helena informa que a estratégia para a definição da faixa etária da campanha levou em conta que a grande maioria dos que têm 40 anos ou mais já teve rubéola no passado. E os menores de 20 também não teriam necessidade porque em 1992 foi feita uma campanha para crianças entre um e dez anos.
Na campanha contra a rubéola, homens e mulheres receberão uma dose da vacina dupla viral, que protege também contra o sarampo.
No Estado de São Paulo serão 7.000 postos fixos e volantes.

País
Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 8.672 casos de rubéola no país no ano passado, a maior parte deles no Rio Grande do Sul, no Rio e em São Paulo. Neste ano, há surtos em 20 Estados.
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) afirma que a campanha nacional de agosto "será a maior já feita no mundo". Apesar de o alvo ser homens e mulheres de 20 a 39 anos, nos Estados do Maranhão, Minas, Mato Grosso, Rio e Rio Grande do Norte serão chamados também adolescentes de 12 a 19 anos.
Desde 2000 a vacina contra a rubéola faz parte do calendário nacional de imunização e é aplicada gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A primeira dose deve ser tomada com 15 meses de vida, com reforço do quatro a seis anos. A vacinação também é indicada para qualquer pessoa nascida a partir de 1960 que não tenha recebido nenhuma dose.
O Brasil assumiu o compromisso de eliminar a transmissão da rubéola até 2010. Isso significa interromper a transmissão endêmica do vírus em todo o país por mais de 12 meses e não ter casos da síndrome da rubéola congênita.


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