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Empresas pagam médico top "por fora" para funcionários
Prática evita que empregados percam tempo com médicos ineficazes oferecidos pelos planos de saúde
Rodrigo Capote/ Folhapress
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Carolina Riederer, 24, que se trata com neurologista pago pelo banco em que trabalha
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO
Algumas grandes empresas já não oferecem a seus
funcionários só o plano de
saúde tradicional. Decidiram
pôr à disposição médicos e
hospitais extras, muitos de
altíssimo nível.
Nessas listas figuram os
hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, os mais conceituados de São Paulo, e medalhões como Roberto Kalil
(cardiologista do presidente
Lula), David Uip (infectologista que cuida da modelo
Naomi Campbell) e Claudio
Lottenberg (oftalmologista
diretor do Einstein).
Entre as empresas que
adotam esse tipo de política
estão os bancos HSBC e Santander e a operadora de telefonia móvel Vivo.
Todas têm contrato com
grandes planos de saúde. O
que as levou a ampliar as opções de médicos e hospitais
foi a constatação de que a rede credenciada desses convênios muitas vezes não tem
competência suficiente para
solucionar todos os problemas de seus funcionários.
"Você vai ao médico do
convênio, e ele pede dez exames, sem objetivos definidos. Aí você não gosta, vai a
outro, que pede mais 20 exames. Enquanto isso, o tempo
passa, dinheiro é desperdiçado e seu problema não é resolvido", diz o diretor de saúde da Vivo, Michel Daud.
Na Vivo e no HSBC, os funcionários com doenças mais
graves -não importando o
cargo- são encaminhados
para os médicos e hospitais
"top". Os custos são bancados pela empresa.
No caso do Santander, o
banco pediu à operadora
contratada que sua lista de
médicos fosse maior que a
oferecida a outras empresas.
Os nomes extras foram escolhidos pelo banco.
"São médicos de qualidade, que não atendem pelos
convênios", afirma a gerente
de recursos humanos do
Santander, Beatriz de Pieri.
Os médicos mais conceituados não aceitam os planos convencionais porque as
operadas pagam em média
R$ 35 por consulta. Quando
quem paga é o paciente, os
profissionais cobram pelo
menos R$ 400.
GASTOS
O investimento em médicos e hospitais qualificados
vai na contramão das políticas de redução de custos das
operadoras de plano de saúde, como negar exames e cirurgias, enxugar a rede credenciada e oferecer honorários médicos defasados.
"Esse tipo de corte resolve
apenas no curto prazo. Mas,
no médio e no longo prazo, a
situação piora", diz Vera Saicali, diretora de recursos humano do HSBC.
Quando se recorre a muitos médicos e exames, a mensalidade do convênio sobe
mais no ano seguinte, e os
empregados levam mais tempo para voltar ao trabalho.
A Vivo diz que seus gastos
com saúde representam 9%
da folha de pagamento, abaixo da média de 16% das empresas. No Santander e no
HSBC, a mensalidade do plano de saúde subiu 3% e 8%
respectivamente no último
ano, ante 11% do mercado.
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