São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998

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SAÚDE
Novas pílulas reduzem efeitos colaterais

JAIRO BOUER
especial para a Folha

Lançada nos anos 60, o método de prevenção da gravidez preferido hoje pela maioria das mulheres que procura um consultório ginecológico é a pílula.
Com as modificações que a pílula sofreu nos últimos anos (redução das doses de estrógeno e uso de progesterona de terceira geração), houve uma diminuição significativa dos efeitos colaterais.
As pílulas mais modernas produzem efeitos indesejáveis (dor de cabeça, ganho de peso, acne e retenção de líquidos) em menos de 10% das mulheres. Os sangramentos no meio do ciclo são também agora pouco comuns entre as mulheres que tomam a pílula.
A eficácia das pílulas é hoje da ordem de 99%. A ginecologista Luciene Miranda, do Hospital Pérola Byington, diz que a pílula é mais fácil e segura de ser empregada do que outros métodos anticoncepcionais.
Para Luciene, se a mulher quer um método que não tem praticamente risco de falha e se ela não tem nenhum problema de saúde a pílula é a primeira escolha.
A pílula só não deve ser utilizada por mulheres com mais de 35 anos que fumam ou por aquelas que tenham problemas como hipertensão arterial e diabetes. Nessas situações há maior risco de problemas cardiovasculares.
As outras alternativas que também utilizam hormônios para prevenir a gestação são os implantes (bastonetes de progesterona) e as injeções mensais ou trimestrais.
O principal problema dos métodos que empregam apenas a progesterona é que eles podem provocar irregularidades menstruais em um número grande de mulheres.
Esse tipo de produto não inibe totalmente o funcionamento dos ovários e, algumas mulheres, acabam ovulando. Um dos mecanismos de ação dos métodos com progesterona, que pode contornar o risco de uma eventual ovulação, é tornar o muco cervical (secreção da vagina e colo do útero) menos favorável aos espermatozóides.
Segundo Luciene, o índice de falhas com os métodos que só usam progesterona é um pouco maior do que com a pílula (de 3 a 4%).
Outro exemplo de uso exclusivo de progesterona é a minipílula, que deve ser usada preferencialmente por mulheres que estão no período de amamentação.
Francisco Servo Neto, ginecologista e gerente médico do laboratório Organon, um dos maiores produtores de pílulas anticoncepcionais em todo mundo, explica que as pílulas hoje garantem boa tolerância e eliminam risco de gravidez logo no primeiro mês de uso (desde que o primeiro comprimido seja tomado no primeiro dia do novo ciclo, ou seja, logo no início da menstruação).



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