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SAÚDE
Novas pílulas reduzem efeitos colaterais
JAIRO BOUER
especial para a Folha
Lançada nos anos 60, o método
de prevenção da gravidez preferido hoje pela maioria das mulheres
que procura um consultório ginecológico é a pílula.
Com as modificações que a pílula sofreu nos últimos anos (redução das doses de estrógeno e uso
de progesterona de terceira geração), houve uma diminuição significativa dos efeitos colaterais.
As pílulas mais modernas produzem efeitos indesejáveis (dor de
cabeça, ganho de peso, acne e retenção de líquidos) em menos de
10% das mulheres. Os sangramentos no meio do ciclo são também
agora pouco comuns entre as mulheres que tomam a pílula.
A eficácia das pílulas é hoje da
ordem de 99%. A ginecologista
Luciene Miranda, do Hospital Pérola Byington, diz que a pílula é
mais fácil e segura de ser empregada do que outros métodos anticoncepcionais.
Para Luciene, se a mulher quer
um método que não tem praticamente risco de falha e se ela não
tem nenhum problema de saúde a
pílula é a primeira escolha.
A pílula só não deve ser utilizada
por mulheres com mais de 35 anos
que fumam ou por aquelas que tenham problemas como hipertensão arterial e diabetes. Nessas situações há maior risco de problemas cardiovasculares.
As outras alternativas que também utilizam hormônios para prevenir a gestação são os implantes
(bastonetes de progesterona) e as
injeções mensais ou trimestrais.
O principal problema dos métodos que empregam apenas a progesterona é que eles podem provocar irregularidades menstruais em
um número grande de mulheres.
Esse tipo de produto não inibe
totalmente o funcionamento dos
ovários e, algumas mulheres, acabam ovulando. Um dos mecanismos de ação dos métodos com
progesterona, que pode contornar
o risco de uma eventual ovulação,
é tornar o muco cervical (secreção
da vagina e colo do útero) menos
favorável aos espermatozóides.
Segundo Luciene, o índice de falhas com os métodos que só usam
progesterona é um pouco maior
do que com a pílula (de 3 a 4%).
Outro exemplo de uso exclusivo
de progesterona é a minipílula,
que deve ser usada preferencialmente por mulheres que estão no
período de amamentação.
Francisco Servo Neto, ginecologista e gerente médico do laboratório Organon, um dos maiores
produtores de pílulas anticoncepcionais em todo mundo, explica
que as pílulas hoje garantem boa
tolerância e eliminam risco de gravidez logo no primeiro mês de uso
(desde que o primeiro comprimido seja tomado no primeiro dia do
novo ciclo, ou seja, logo no início
da menstruação).
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