São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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PLANTÃO

Transplante de coração pode criar problema emocional

JULIO ABRAMCZYK

Os candidatos a um transplante de coração sofrem de várias formas. Na longa espera pelo órgão doador, que pode não chegar a tempo, ou pelas dores no pós-operatório que o recupera para a vida normal.
Mas existe ainda um outro tipo sofrimento, o emocional, decorrente das dificuldades psicológicas de incorporação de um órgão enxertado em seu corpo para substituir o coração.
Esta dificuldade é pouco abordada nos congressos da especialidade. É até possível que no 19º Congresso Internacional da Sociedade de Transplantes de Órgãos, em agosto próximo, nos Estados Unidos, dos 1.646 trabalhos a serem apresentados, menos de uma dezena estudem esse importante problema relacionado à operação.
No último número da "Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo", a psicóloga Ana Augusta Maria Pereira e colaboradores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (José Tolentino Rosa e Nagib Haddad) analisam as repercussões emocionais relacionadas à vinculação do paciente ao programa de transplante cardíaco.
Para os autores, o sucesso do transplante cardíaco depende, entre outras variáveis, do processo pelo qual o receptor lida com a perda de seu coração e incorpora o órgão transplantado.
No estudo das dificuldades psicológicas atribuídas pelo paciente em relação ao fato de vir a possuir o coração de outra pessoa, os autores constataram sentimento de culpa pela morte de outrem e ansiedades de caráter persecutório.
Após o transplante, essas dificuldades também podem surgir e perturbar o processo de adaptação do transplantado ao novo coração.


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