São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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Vice-prefeito não "dá bola" para altura


DA REPORTAGEM LOCAL

Com 1,58 m, o vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo, 80, diz que só se deu conta de sua pequena estatura quando tentou se alistar no Exército. "Verifiquei que não poderia. Foi a primeira e única vez que tive problema por causa da minha altura. No fim, foi até uma sorte."
O vice-prefeito, advogado, ex-procurador do Ministério Público, ex-deputado e ex-membro da Organização dos Estados Americanos diz ter herdado a baixa estatura da mãe. "Corri pela faculdade Direito, pelo Clube Atlético Paulistano. Vou dizer aquilo de sempre: tamanho não é documento. Nunca dei bola para isso."
Hilton Kuperman, médico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, diz receber em seu consultório muitos pacientes que querem crescer mas que não têm problemas de saúde. "Todos querem ser Michael Jordan [jogador de basquete norte-americano". O conceito do que é uma altura adequada é cultural, social".
Segundo o pediatra Jayme Murahovschi, da Sociedade Brasileira de Pediatria, para que jovens atinjam sua altura potencial bastam alimentação balanceada, atividade física frequente e sem excessos e horas de sono suficientes. "O hormônio do crescimento tem seu pico de ação durante o sono".
Com 1,60 m, o educador infantil Silem Santos Silva, 38, diz que sua estatura também é hereditária -o pai é baixo. "Sempre fui tranquilo em relação a isso", diz o professor, que já deu aulas para cursos noturnos. "Os alunos eram muito mais altos, mas nunca ninguém me desrespeitou".
Silva também só lembra de apenas uma ocasião em que sua altura interferiu em sua vida. "Jogava vôlei razoavelmente bem na escola, mas o treinador disse que não servia para um time". Mesmo assim, Silem conseguiu vaga em um clube, o Santo Amaro. Competiu contra um time treinado pelo seu ex-técnico na escola. Perdeu, mas recebeu um convite para integrar o time do treinador. "Aí, recusei."
(FL)


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